O dólar abriu a sessão desta quinta-feira (16) com atenção

O dólar abriu a sessão desta quinta-feira (16) com atenção voltada para a reunião entre o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o secretário de Estado americano, Marco Rubio, que discutem ajustes nas tarifas comerciais entre Brasil e Estados Unidos. O encontro ocorre em meio à escalada das tensões comerciais entre EUA e China e à divulgação de indicadores econômicos relevantes no Brasil.

Os investidores acompanham as negociações tarifárias na esperança de definições que possam impactar o comércio bilateral. As tratativas também são observadas diante do contexto global desfavorável, marcado por novas restrições da China sobre a exportação de terras raras, que geram respostas de Washington e aumentam a insegurança nos mercados.

No âmbito interno, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou uma alta de 0,2% nas vendas do varejo em agosto na comparação com julho, interrompendo quatro meses consecutivos de queda. Os dados mostram variações modestas diante da política monetária restritiva e do cenário fiscal que gera incertezas, especialmente após a rejeição da medida provisória para compensar perdas com o aumento do IOF.

O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) de agosto também será divulgado, servindo como uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB) e influenciando a avaliação do mercado sobre a recuperação da economia brasileira.

No cenário internacional, o clima permanece tenso entre Estados Unidos e China. A imprensa chinesa respondeu a críticas americanas sobre suas políticas de controle de exportação, enquanto Washington qualificou as novas restrições como uma tentativa de controlar a cadeia global de suprimentos. Autoridades norte-americanas, como o secretário do Tesouro Scott Bessent, afirmam que os dois governos buscam evitar uma escalada maior do conflito, com possibilidade de reuniões entre os presidentes Donald Trump e Xi Jinping.

O Federal Reserve divulgou nesta quarta-feira o “Livro Bege”, que apontou estabilidade na atividade econômica e no emprego dos Estados Unidos, embora haja sinais de demissões em massa em alguns distritos devido à fraca demanda e à incerteza econômica. O relatório antecede reunião do banco central que pode resultar em novo corte da taxa de juros, medida reforçada após declarações recentes do presidente Jerome Powell.

Além do cenário econômico, os Estados Unidos enfrentam a 15ª dia de paralisação parcial do governo federal, um impasse político que afeta diversos serviços públicos. O presidente Trump sinalizou que pretende divulgar lista de programas encerrados durante o shutdown, ressaltando a intenção de usar o momento para reduzir gastos.

Nos mercados globais, a quarta-feira foi marcada por oscilações mistas. Em Wall Street, o Dow Jones registrou leve queda, enquanto o S&P 500 e o Nasdaq subiram, refletindo a reação dos investidores aos resultados corporativos e às expectativas para a política monetária. As bolsas europeias fecharam com desempenho misto, enquanto os mercados asiáticos operaram em alta, sustentados pela esperança em estímulos econômicos na China.

No Brasil, o Ibovespa abriu às 10h, acompanhando o cenário internacional e as notícias locais. O dólar, em alta nos últimos dias, segue cotado acima de R$ 6,00, influenciado pela evolução das negociações internacionais e as condições domésticas.

As negociações sobre o tarifaço entre Brasil e EUA, o desenvolvimento do conflito comercial sino-americano e os indicadores econômicos brasileiros são fatores centrais que devem guiar o comportamento dos mercados financeiros nesta quinta-feira.

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Fonte: g1.globo.com