A banda Vanguart lançou, nesta sexta-feira (17), seu

A banda Vanguart lançou, nesta sexta-feira (17), seu oitavo álbum de estúdio, “Estação liberdade”, que traz 12 músicas inéditas autorais assinadas por Helio Flanders e Reginaldo Lincoln. O trabalho, produzido por Rafael Ramos, marca o retorno do grupo à cena musical após dois anos de hiato e apresenta uma sonoridade mais pop em comparação aos discos anteriores.
O Vanguart, formado atualmente apenas por Flanders e Lincoln, ambos compositores e vocalistas, firmou parceria com outros músicos para gravar o álbum. Rafael Ramos convocou Arquétipo Rafa (bateria e percussão), Rodrigo Tavares (teclados) e Rick Ferreira (steel guitar) para ampliar o repertório. Essa formação ampliada dá suporte às canções que refletem temas como amor e busca existencial, usando a metáfora do trem como símbolo da vida.
O título “Estação liberdade” e sua capa remetem ao sentimento presente nos primeiros trabalhos do Vanguart, especialmente na fase do álbum “Boa parte de mim vai embora” (2002). A faixa “A vida é um trem cheio de gente dizendo tchau” traz os versos que indicam passagem do tempo e as mudanças inevitáveis, expressas no refrão “Acorda, amor / Que a aurora já vem / Não espera por ninguém”.
O disco ressalta a busca da banda por retomar uma rota inicial, mas com um enfoque pop mais evidente. Músicas como “Rua do passado” evidenciam esse direcionamento. O trabalho ainda conta com arranjos elaborados, como as cordas de Ronaldo Oliveira em “Noites de domingo” e “Guaxinim”, e os sopros orquestrados por Alberto Continentino em “Roda o mundo todo no meu quarto”.
Algumas faixas destacam-se pela originalidade e intensidade lírica. “Luna madre de la selva”, composição solo de Helio Flanders, é interpretada em português, embora o título esteja em espanhol. “O mais sincero”, de Reginaldo Lincoln, também chama atenção na seleção. No entanto, a produção mais polida e voltada para o pop acaba por uniformizar o tom das canções, o que, para alguns pontos, pode reduzir a emoção presente nas composições.
A faixa “Pedaços de vida” traz uma sonoridade densa e introspectiva, mas sofre com a quantidade de elementos instrumentais que mascaram a intensidade da letra e da interpretação vocal. Em contraste, “Guaxinim”, também solo de Flanders, apresenta maior profundidade nas emoções e poesia em sua parte inicial.
O álbum passeia por diferentes estilos, como em “Obrigado (Só penso em você)”, de Lincoln, que insere elementos country-folk com o instrumento de gaita tocado por Flanders. A combinação vocal dos dois é um destaque nas letras e arranjos, conferindo harmonia em passagens como o coro dessa música. Por sua vez, “Canção do estetoscópio” traz uma batida mais próxima ao rock pop, condizente com o conceito geral do disco.
“Se quiser seguir comigo”, faixa final do álbum, tem tom country e traz versos que destacam a busca por identidade e o deslocamento constante do eu lírico: “Vou buscando quem sou / Por vilas e velhas estradas / Em velhas e novas moradas”. Essa música fecha o trabalho com uma mensagem que mantém o eixo temático do álbum e a ideia do caminho a ser trilhado.
“Estação liberdade” representa uma tentativa deliberada do Vanguart de revisitar suas raízes enquanto experimenta uma produção e sonoridade mais contemporâneas. O disco evoca o passado do grupo sem replicar diretamente os sentimentos dos primeiros trabalhos, indicando uma mudança natural da banda ao longo do tempo.
Formada em 2002 em Cuiabá, a banda consolida neste novo projeto uma fase reduzida a dois integrantes, que mantêm a composição e voz principais. A estreia do álbum nas plataformas digitais reforça a aposta em adaptações para os dias atuais, conciliando tradição composicional com inovações sonoras.
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Fonte: g1.globo.com
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Fonte: g1.globo.com