A morte da personagem Odete Roitman em 1988

A morte da personagem Odete Roitman em 1988 e sua reaparição na trama de 2025 continuam a prender a atenção do público brasileiro por sua complexidade e impacto na teledramaturgia nacional. A vilã, marcada por atitudes cruéis e desapego familiar, divide opiniões entre rejeição e admiração, assim como Maria de Fátima, outra personagem da novela “Vale Tudo”, conhecida por sua ambição desmedida.
Odete Roitman, interpretada originalmente por Débora Bloch, foi responsável por transformar o conceito das vilãs na televisão brasileira. Sua personalidade arrogante e suas ações impiedosas, como desprezar a filha doente e humilhar pessoas em situação vulnerável, tornaram-na uma figura paradoxal, que fascina e repele o público. Segundo o especialista em teledramaturgia Nilson Xavier, Odete mudou o padrão dos antagonistas nas novelas, que passaram a ser vistos também como personagens carismáticos.
A versão original de “Vale Tudo” apresenta Maria de Fátima como uma jovem que busca ascensão social a qualquer custo, vendendo a casa da mãe e manipulando um bilionário. Interpretada por Glória Pires, ela é vista mais como uma antagonista do que como vilã, uma definição reforçada também no remake de 2025, com Bella Campos no papel. Ambas as atrizes defendem que a personagem não é exclusivamente má, e sim uma pessoa com falhas e motivações complexas.
O arquétipo das vilãs carismáticas evoluiu a partir da figura de Odete Roitman e influenciou personagens como Flora, Carminha e Félix. Esses antagonistas unem crueldade com traços de humor e charme, criando uma relação ambígua com o público, que tende a sentir tanto repulsa quanto fascínio. Nilson Xavier destaca que bordões e atitudes marcantes são elementos essenciais para construir esse impacto na audiência.
Maria de Fátima também provoca identificação por parte de seus admiradores, chamados de “Fatymores”, especialmente entre jovens que veem nela a luta por mudanças sociais e pessoais, mesmo que por caminhos questionáveis. Bella Campos explicou em entrevista que a personagem representa uma jovem batalhadora e vítima do contexto atual, marcado pela busca de visibilidade e sucesso rápido.
De acordo com o autor Mauro Alencar, Maria de Fátima reflete as contradições da nova geração, sendo mais vítima das circunstâncias do que vilã propriamente dita. Ele destaca que ela não possui o mesmo poder de manipulação de Odete, mas compartilha uma trajetória de erros e desafios emocionais comuns a muitos jovens.
O fascínio pelos personagens como Odete e Fátima está ligado ao papel que a vilania exerce na narrativa e na psicologia do espectador. Alencar esclarece que a vilania funciona como uma catarse, permitindo uma liberação dos desejos reprimidos e uma conexão com temas sociológicos e emocionais profundos. O encanto, portanto, não implica na aprovação das ações dos personagens, mas no valor dramático e simbólico de suas atitudes.
A importância desses antagonistas reside também na capacidade de gerar conflitos intensos que impulsionam a trama e envolvem o público. Odete Roitman e Maria de Fátima, apesar das diferenças, mostram como a teledramaturgia brasileira constrói personagens complexos que refletem questões sociais e humanas, mantendo-se relevantes em décadas distintas.
Dessa forma, o interesse contínuo pelas personagens de “Vale Tudo” demonstra a força das narrativas com antagonistas multifacetados que provocam reflexão e emoção, consolidando seu lugar na cultura popular brasileira.
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Fonte: g1.globo.com
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