O Ministério do Comércio da China classificou como “hipócrit

O Ministério do Comércio da China classificou como “hipócritas” as tarifas de 100% impostas pelos Estados Unidos sobre produtos chineses e ameaçou tomar medidas de retaliação. A declaração foi divulgada neste domingo (12), em resposta ao anúncio do presidente Donald Trump, que anunciou a tarifa adicional a partir de 1º de novembro na sexta-feira (10).
Trump criticou a iniciativa chinesa de restringir a exportação de elementos relacionados às terras raras, afirmando que os Estados Unidos responderiam com a imposição das novas tarifas. A gestão americana acusa a China de adotar medidas comerciais “muito hostis” contra seu mercado.
O Ministério do Comércio da China ressaltou que as restrições impostas aos elementos de terras raras são uma reação às ações unilaterais dos Estados Unidos desde o início das negociações comerciais entre os dois países no mês passado. O órgão declarou que a China não deseja um conflito comercial, mas está preparada para defender seus interesses caso os EUA insistam em medidas unilaterais.
A escalada das tensões afetou os mercados globais e prejudicou ações de grandes empresas de tecnologia. Além disso, pode comprometer a realização da reunião prevista entre os presidentes Donald Trump e Xi Jinping, durante a Cúpula da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC), na Coreia do Sul. Trump afirmou que “agora não há motivo algum” para o encontro, enquanto Pequim ainda não confirmou oficialmente a reunião.
O anúncio da tarifa de 100% marca uma possível retomada da guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo. Até então, Washington e Pequim haviam mantido uma trégua após intensas negociações diplomáticas. No início do ano, a disputa tarifária levou a aumento progressivo das taxas: os EUA chegaram a impor 145% de tarifas sobre produtos chineses, e a China aplicou até 125% sobre importações americanas.
Na quinta-feira (9), a China atualizou sua lista de controle de exportações, incluindo cinco novos elementos relacionados às terras raras, ampliando a supervisão sobre semicondutores e tecnologias de refino. O governo chinês também passou a exigir que produtores estrangeiros que utilizem terras raras chinesas respeitem as normas locais. O país domina mais de 90% da produção global de terras raras processadas e seus ímãs.
Esses elementos químicos são essenciais para a indústria tecnológica mundial, presentes em produtos como chips para celulares e computadores. A maior parte das reservas mundiais está concentrada na China e no Brasil.
Trump afirmou que a China enviou cartas a vários países informando sobre a imposição de controles sobre exportações de elementos estratégicos, o que, segundo ele, poderia “congestionar” os mercados globais e dificultar a vida de diversos países, incluindo a própria China. O presidente dos EUA acrescentou que os Estados Unidos possuem posições monopolistas mais fortes e abrangentes, mas que não haviam sido utilizadas até o momento.
A disputa comercial entre China e Estados Unidos continua provocando incertezas no cenário econômico internacional, com potenciais impactos na cadeia global de suprimentos e no comércio mundial. Ambas as potências monitoram atentamente os próximos passos para evitar uma escalada ainda maior do conflito.
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Palavras-chave: China, Estados Unidos, tarifas, guerra comercial, Donald Trump, Xi Jinping, terras raras, exportações, APEC, Ministério do Comércio da China, negociações comerciais.
Fonte: g1.globo.com
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Fonte: g1.globo.com