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Há 120 anos, no dia 11 de outubro

Há 120 anos, no dia 11 de outubro
  • Publishedoutubro 11, 2025

Há 120 anos, no dia 11 de outubro de 1905, uma revista infantil chamada O Tico-Tico estreou nas bancas do Rio de Janeiro, marcando o início das publicações de quadrinhos para crianças no Brasil. A iniciativa buscava incentivar a leitura entre os pequenos e abriu caminho para o mercado literário infantil no país.

O Tico-Tico foi criada pelo jornalista Luís Bartolomeu de Souza e Silva, inspirado por publicações infantis europeias da época, especialmente francesas. Contava com o apoio da estrutura da editora responsável pela revista ilustrada O Malho, o que garantiu uma rápida distribuição e sucesso de vendas. Na primeira edição, a tiragem de 10 mil exemplares esgotou-se rapidamente, exigindo uma reimpressão.

A publicação apresentava uma mistura de histórias em quadrinhos, narrativas moralizantes, passatempos e ilustrações, voltadas para divertir e educar crianças. Seu logotipo foi produzido pelo desenhista ítalo-brasileiro Angelo Agostini. Apesar de não ser uma revista exclusivamente de quadrinhos, eles foram incorporados desde o início e, com o tempo, tornaram-se o principal atrativo para os leitores infantis.

O Tico-Tico publicou personagens nacionais e adaptações, além de republicar tiras estrangeiras, algumas autorizadas e outras não. Chiquinho, personagem que agradou o público, era na verdade inspirado no norte-americano Buster Brown. Com o tempo, recebeu características adaptadas à cultura brasileira. Personagens como Mickey Mouse, introduzido na edição de 26 de março de 1930, Popeye (rebatizado Brocoió) e Krazy Kat (transformado em Gato Maluco) também estrearam na revista.

Além das histórias estrangeiras, quadrinistas brasileiros como J. Carlos e Luiz Sá destacaram-se com criações originais. J. Carlos ficcionalizou as aventuras de Lamparina, menina travessa de origem humilde, enquanto Luiz Sá apresentou o trio Reco-Reco, Bolão e Azeitona. Essas contribuições artísticas foram fundamentais para o sucesso e a longevidade da publicação.

A revista possuía uma proposta editorial que buscava dialogar tanto com as crianças — público-alvo — quanto com os pais, que compravam as edições. O conteúdo dialogava com valores educacionais e culturais da época, incluindo contos, conselhos, fábulas e propagandas, algumas consideradas hoje controversas, como anúncios de cigarro e remédios.

O Tico-Tico circulou regularmente até 1962, quando seu formato passou a ser usado principalmente em edições eventuais com cunho educacional, como cartilhas escolares. A publicação deixou de ser periódica, mas manteve novas edições até 1977, ano em que foi lançada sua última edição de número 2097.

Especialistas ressaltam a importância da revista para a expansão da imprensa e a formação de leitores no Brasil, especialmente em um período marcado por altos índices de analfabetismo. Ela desempenhou papel educativo, ainda que informal, e contribuiu para a popularização da leitura entre crianças de diferentes classes sociais.

O Tico-Tico também é apontado como precursor do mercado de quadrinhos no país, além de estimular o surgimento e a continuidade de artistas nacionais no gênero. Sua trajetória influenciou nomes como Mauricio de Sousa e Ziraldo, que consolidaram o meio no Brasil posteriormente.

A revista representa um marco na história da comunicação e da educação infantil brasileira, combinando entretenimento, cultura e educação para um público jovem por mais de cinco décadas. Seu impacto permanece relevante para estudos sobre mídia, impressão e entretenimento infantil no país.

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Fonte: g1.globo.com

Imagem: s2-g1.glbimg.com


Fonte: g1.globo.com

Written By
Vitor Souza

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