Economia

A produção de cacau com o uso do sistema agroflorestal

A produção de cacau com o uso do sistema agroflorestal
  • Publishedoutubro 9, 2025

A produção de cacau com o uso do sistema agroflorestal tem se mostrado eficiente no combate aos efeitos das mudanças climáticas e na recuperação de solos degradados no sul da Bahia. A técnica, que integra o plantio de árvores e culturas agrícolas diversas, alia restauração ambiental e produção comercial, conforme mostrado em reportagem do Jornal Nacional, exibida em 9 de março de 2023.

O produtor rural Patrick Assumpção adotou a agrofloresta há 16 anos em sua fazenda, onde encontrou solo exaurido e precisava restaurar a área. O sistema reproduz as interações naturais ao combinar diferentes espécies em um mesmo espaço, aumentando a matéria orgânica no solo e favorecendo sua recuperação sem uso intensivo de insumos externos.

Apesar da complexidade e da necessidade de mão de obra, o modelo foi adaptado para áreas maiores, como na região de Camamu, tradicional produtora de cacau. Lá, uma empresa implantou 200 hectares de agroflorestas que cultivam cacau, açaí, banana e mandioca, em solos degradados, promovendo recuperação gradual do solo e aumentando a produtividade.

Segundo o engenheiro agrônomo Tayrone Moreira, a receita inicial nas agroflorestas é garantida pela banana e mandioca, que são colhidas nos primeiros anos, seguidas pelo cacau, que começa a produzir após três anos, e pelo açaí, que se torna produtivo a partir do quarto ano. A matéria orgânica gerada pelas plantas é incorporada ao solo, dobrando sua concentração em cerca de quatro anos, o que melhora a retenção de água e a estrutura do terreno.

Esse solo mais vivo favorece plantas mais resistentes a doenças e pragas, criando lavouras resilientes. A vassoura-de-bruxa, uma doença que causou queda significativa na produção de cacau na Bahia, é uma das razões para produtores buscarem sistemas mais sustentáveis e regenerativos.

O fundador da Belterra Agroflorestal, Valmir Ortega, destaca que além da recuperação ambiental, as agroflorestas têm potencial econômico. O mercado de carbono, que valoriza a captura e armazenamento de carbono pelas árvores, pode remunerar produtores e investidores, viabilizando a expansão do modelo em larga escala.

Ortega explica que os sistemas agroflorestais estocam centenas de toneladas de carbono por hectare, enquanto produzem frutos e outros produtos comercializáveis. Investimentos de fundos nacionais e internacionais já são aplicados em projetos que combinam tecnologia, produção sustentável e captura de carbono.

O uso de tecnologias como o LIDAR, um escâner que capta dados precisos da biomassa florestal, tem auxiliado no monitoramento e na certificação desses sistemas, fornecendo dados mais confiáveis para o mercado de carbono.

Para Patrick Assumpção, a remuneração pela captura de carbono pode abrir novas fontes de financiamento para agricultores e acelerar a transição para práticas agrícolas regenerativas. Ele observa que a agrofloresta oferece soluções práticas para a crise climática, além da produção agrícola.

O potencial da agrofloresta no Brasil está ligado à biodiversidade e à criação de cadeias produtivas inovadoras que respeitam o meio ambiente. A expansão desse modelo pode contribuir tanto para a recuperação do meio ambiente quanto para a economia do setor agrícola diante dos desafios climáticos globais.

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Fonte: g1.globo.com

Imagem: s2-g1.glbimg.com


Fonte: g1.globo.com

Written By
Caio Marcio

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