Economia

O presidente do Banco Central do Brasil, Gabriel

O presidente do Banco Central do Brasil, Gabriel
  • Publishedoutubro 6, 2025

O presidente do Banco Central do Brasil, Gabriel Galípolo, afirmou nesta segunda-feira (6), em palestra na Fundação Fernando Henrique Cardoso, em São Paulo, que a taxa básica de juros Selic deve permanecer em patamar elevado por um período prolongado para conter a inflação. Ele destacou também que o mercado de trabalho brasileiro passa pelo maior momento de geração de empregos formais dos últimos 30 anos, o que tem pressionado a alta dos preços.

Galípolo ressaltou que a economia brasileira está além do pleno emprego, com um crescimento no retorno da força de trabalho mais significativo que o aumento demográfico. Segundo ele, esse cenário tem contribuído para a criação de pressões inflacionárias que dificultam a convergência do índice oficial de inflação, o IPCA, para o centro da meta de 3%, cujo limite superior é de 4,5%.

O presidente do Banco Central destacou que, apesar do cenário positivo no emprego, o crescimento econômico precisa estar atrelado a aumentos de produtividade para garantir sua sustentabilidade sem gerar inflação elevada. “É muito importante que esse crescimento se dê também por aumento de produtividade, que permita uma duração mais longa desse crescimento”, afirmou.

Galípolo reconheceu que a atual Selic, fixada em 15% ao ano, é elevada e restritiva, mas reforçou que a manutenção desse patamar por um período extenso é necessária para levar a inflação para dentro da meta estabelecida. Ele mencionou que as projeções do mercado financeiro, segundo o Boletim Focus, indicam que a inflação continuará fora do centro da meta até pelo menos 2028.

O presidente explicou que o aumento da taxa de juros ocorreu em resposta a uma pressão inflacionária significativa sobre os preços dos alimentos. Em abril, a inflação de alimentos chegou a 16,6%, contribuindo para um quadro em que 78% dos itens que compõem o IPCA estavam acima da meta oficial de inflação.

“No mês de abril, 57% dos itens do IPCA estavam com inflação superior ao dobro da meta, 70% acima do teto da banda superior e 78% acima da meta”, disse Galípolo, reforçando que esses números indicam uma inflação que não pode ser considerada apenas pontual.

Atualmente, a inflação de alimentos desacelerou para 3,9%, e o IPCA geral está em 5,1%, valor que ainda está acima do limite máximo da meta de 4,5%. Essa distância preocupa o Banco Central e justifica a postura de manutenção da Selic em nível restritivo para conter os aumentos de preços.

Galípolo explicou que o Banco Central antecipou a alta dos juros antes do ápice da inflação, iniciando um ciclo de elevação que somou cerca de 450 pontos-base, elevando a Selic de 12,25% para 15%. O objetivo central é reduzir as pressões inflacionárias e garantir a estabilidade dos preços no médio prazo.

O presidente do Banco Central finalizou destacando que, apesar dos efeitos restritivos da alta taxa de juros, o controle da inflação é fundamental para assegurar condições de crescimento econômico sustentável e para evitar novas pressões inflacionárias que possam prejudicar o mercado de trabalho e o consumo.

Palavras-chave relacionadas: Banco Central, Selic, inflação, mercado de trabalho, taxa de juros, Gabriel Galípolo, IPCA, meta de inflação, produtividade, economia brasileira.

Fonte: g1.globo.com

Imagem: s2-g1.glbimg.com


Fonte: g1.globo.com

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Caio Marcio

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