Economia

Aos seis anos, Renata Furst Galvão começou a receber cartas

Aos seis anos, Renata Furst Galvão começou a receber cartas
  • Publishedoutubro 6, 2025

Aos seis anos, Renata Furst Galvão começou a receber cartas de cobrança endereçadas a seu nome em São Paulo, fruto da utilização indevida de seu CPF em dívidas de empresas que haviam falido. A autora da fraude foi um parente que convencera a mãe a autorizar o uso do nome de Renata na abertura de duas companhias, gerando débitos que passaram a ser cobrados judicialmente contra a criança.

Renata afirmou que, na infância, não compreendia o teor das cartas e pensava se tratar de comunicados amigáveis. Somente aos 12 anos descobriu que sua identidade estava ligada a dívidas e processos judiciais. “Eu não tinha nada no meu nome, herdei apenas uma coisa: dívida e nome sujo”, declarou.

O caso de Renata não é isolado no Brasil. De acordo com o Código Civil, menores podem ser sócios desde que representados legalmente, mas muitas vezes acabam envolvidos em fraudes cometidas por familiares e responsabilizados judicialmente sem sua ciência. Dados da Serasa indicam que cerca de 250 mil menores de idade tiveram seus nomes vinculados a registros de dívida nos últimos anos, situação atribuída a falhas na legislação e falta de controle documental.

Na infância, Renata testemunhou adultos batendo à porta em busca de cobranças e era orientada pela mãe a evitar contato. Ao completar 18 anos, sua situação financeira a prejudicou, gerando bloqueios judiciais que impediram a abertura de conta bancária.

Formada e com carreira consolidada, Renata viveu 11 anos na África do Sul antes de atuar como especialista antifraude em uma empresa de gestão de riscos em Wall Street, Nova York. Mesmo com experiência no combate a irregularidades, ela enfrentou dificuldades causadas pelo passado. Durante a análise de casos de fraude no trabalho, encontrou seu próprio nome em sites de bloqueios judiciais relacionados ao episódio da infância. “Fui afastada por dois dias até entenderem que se tratava de uma fraude antiga”, relatou.

A experiência de Renata revela a complexidade e o impacto de fraudes envolvendo menores, evidenciando a necessidade de aprimoramento na legislação e melhor fiscalização para evitar que crianças sofram danos financeiros irreparáveis. Casos como esse ressaltam o desafio de proteger direitos e garantir segurança jurídica para menores que têm seus nomes indevidamente utilizados.

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Fonte: g1.globo.com


Fonte: g1.globo.com

Written By
Caio Marcio

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