A escassez global de pilotos tem causado impactos

A escassez global de pilotos tem causado impactos nas companhias aéreas desde a retomada das viagens aéreas após a pandemia de Covid-19. A ausência de treinamentos durante a crise sanitária, combinada com aposentadorias antecipadas e aumento na demanda por voos, criou um déficit significativo de profissionais no setor.
Durante o período da pandemia, o treinamento de novos pilotos foi suspenso em diversas regiões, atrasando a formação de profissionais. Com a recuperação do setor, as escolas de voo enfrentam dificuldades para atender ao volume necessário de candidatos. Ao mesmo tempo, muitos pilotos experientes optaram por se aposentar, principalmente na América do Norte, agravando a falta de mão de obra.
Nos Estados Unidos, o Departamento de Estatísticas do Trabalho projeta a criação de cerca de 18,2 mil vagas anuais para pilotos comerciais e de companhias aéreas na próxima década, totalizando mais de 180 mil postos. A Boeing estima que o mundo precisará de 660 mil novos pilotos até 2044, considerando passageiros e cargas.
O custo elevado para formação dos pilotos é um obstáculo. Nos EUA, o treinamento pode ultrapassar 100 mil dólares, enquanto no Brasil o valor pode chegar a mais de R$ 400 mil. Além do investimento financeiro, os candidatos precisam cumprir requisitos rigorosos, como o certificado de piloto de transporte aéreo (ATP), que exige 1,5 mil horas adicionais de voo.
Para enfrentar a crise, várias companhias aéreas passaram a oferecer salários maiores e benefícios adicionais, assim como horários mais flexíveis, para atrair e reter pilotos. No entanto, esses custos podem refletir no preço das passagens aéreas. Mesmo com aumentos salariais, negociações trabalhistas seguem tensas, como no caso recente da Lufthansa, que enfrenta ameaça de greve por questões previdenciárias.
A idade de aposentadoria dos pilotos é outro fator em debate. A Organização da Aviação Civil Internacional estabeleceu, em 2006, a idade máxima de 65 anos, após aumentar dos 60 anos originalmente definidos. Diante da escassez, há propostas para elevar esse limite para 67 anos, o que enfrenta resistência de sindicatos do setor.
Especialistas afirmam que as companhias aéreas precisam ampliar o recrutamento, melhorar a formação e buscar pilotos em outras áreas da aviação para suprir a demanda. Algumas adotam contratações com menos horas de voo e oferecem bônus para acelerar o processo, mas mantêm rigorosos treinamentos e exames antes da autorização para comandar aeronaves.
O uso de inteligência artificial (IA) e maior automação na cabine não é considerado, por especialistas, solução para substituir pilotos. A IA deve contribuir para a eficiência dos voos, mas o comando humano ainda é indispensável. A expectativa é que a falta de pilotos persista até pelo menos 2030, com possibilidades de melhoria gradual a partir daí.
Apesar dos desafios, a escassez de pilotos é vista como uma oportunidade para as companhias aéreas planejarem a longo prazo, garantindo contratações e treinamentos mais eficientes. A antecipação das ações pode evitar crises futuras e atender à crescente demanda do setor aéreo mundial.
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Fonte: g1.globo.com
Imagem: s2-g1.glbimg.com
Fonte: g1.globo.com