O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou nesta quarta-feira (1º) que pretende definir até o final de 2024 o futuro da Usina Nuclear de Angra 3, no Rio de Janeiro, cujas obras estão paralisadas desde 2015. Para isso, solicitou ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) estudos complementares que auxiliarão na decisão final.
Silveira fez o anúncio após reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), responsável por estabelecer diretrizes para o setor. Segundo o ministro, a próxima reunião do CNPE deve ocorrer ainda em outubro ou, no máximo, no início de novembro, quando a decisão poderá ser discutida.
A solicitação ao BNDES foi feita de forma informal, com pedido de urgência para a entrega dos estudos. O ministro ressaltou que o intervalo desde o último levantamento exige uma atualização técnica e econômica para garantir uma decisão segura sobre o empreendimento.
Na reunião desta quarta, o CNPE aprovou uma resolução que determina a Eletronuclear e o BNDES a atualização da modelagem econômico-financeira para a conclusão de Angra 3. Os estudos devem contemplar pelo menos três cenários: a manutenção do acordo com os investidores, incluindo sócio privado; a finalização do projeto com recursos públicos, oriundos da ENBPar e da União; e uma análise detalhada do custo para abandono das obras, avaliando os impactos para todos os envolvidos.
Alexandre Silveira tem defendido a retomada das obras, alegando que a usina contribuiria para o fortalecimento do sistema integrado nacional por meio de energia limpa e firme, reforçando a segurança energética do país.
No entanto, fontes do setor nuclear consultadas pelo g1 demonstram ceticismo quanto à possibilidade de uma decisão ser tomada até o final do ano, apontando dificuldades no avanço das negociações e na resolução de questões pendentes.
A construção de Angra 3 teve início em 1984, mas foi suspensa definitivamente em 2015 por questões financeiras e técnicas. O projeto é visto como estratégico para ampliar a capacidade de geração de energia nuclear no país, atualmente concentrada em Angra 1 e Angra 2.
A retomada das obras depende da decisão do governo federal, que considera fatores econômicos, ambientais e políticos. O governo também avalia o interesse de investidores privados para a participação nas etapas finais do empreendimento.
Em síntese, a decisão sobre o futuro de Angra 3 está próxima de ser tomada, com estudos atualizados que vão subsidiar o CNPE e o Ministério de Minas e Energia, mas ainda enfrenta incertezas quanto ao cronograma exato para o desfecho.
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Palavras-chave relacionadas: Angra 3, Usina Nuclear, CNPE, Ministério de Minas e Energia, BNDES, Eletronuclear, obras paradas, energia nuclear, segurança energética, investimento público e privado.
Fonte: g1.globo.com
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Fonte: g1.globo.com