Economia

O governo dos Estados Unidos entrou em “shutdown”

O governo dos Estados Unidos entrou em “shutdown”
  • Publishedoutubro 1, 2025

O governo dos Estados Unidos entrou em “shutdown” nesta quarta-feira (1º) após o Congresso não aprovar o orçamento para o financiamento federal, repetindo uma paralisação similar que aconteceu há quase sete anos, durante o primeiro mandato do ex-presidente Donald Trump. Na ocasião, o impasse central foi a construção do muro na fronteira com o México, promessa de campanha que gerou a maior paralisação da história dos EUA, com duração de 35 dias.

O “shutdown” ocorre quando o Congresso não chega a um acordo sobre o orçamento do ano seguinte, resultando na suspensão de parte dos serviços públicos considerados não essenciais. Entre os serviços mantidos estão a segurança pública, fiscalização de fronteiras e controle aéreo em níveis mínimos. A paralisação impacta milhares de servidores públicos, muitos sendo colocados em licença sem salário, enquanto outros podem ter seus pagamentos suspensos.

Em dezembro de 2018, o governo Trump exigiu US$ 5,7 bilhões adicionais para continuar a construção do muro na fronteira com o México, iniciada em 2017, o que levou à paralisação. A então presidente da Câmara dos Deputados, Nancy Pelosi, recusou-se a negociar os recursos extras sem a reabertura do governo. Durante a paralisação, os democratas assumiram a maioria na Câmara após as eleições de meio mandato de 2018, o que alterou o poder legislativo no meio do impasse.

A crise terminou com Trump recuando na exigência, motivado pelos atrasos em aeroportos e atrasos nos salários para centenas de milhares de funcionários federais. O custo do “shutdown” foi estimado em US$ 3 bilhões. Posteriormente, o ex-presidente declarou emergência nacional e redirecionou recursos de outras agências, incluindo o Pentágono, para financiar a construção do muro no ano seguinte.

O “shutdown” atual tem como foco principal a questão da saúde. Democratas defendem a extensão de programas de assistência médica prestes a expirar, enquanto republicanos, seguindo posicionamento semelhante ao de Trump, defendem que saúde e financiamento federal sejam tratados separadamente. Os republicanos acusam os democratas de usar a votação do orçamento como instrumento político antes das eleições legislativas de 2026, que definirão o controle do Congresso.

Em meio às tensões, o presidente Trump ameaçou demitir servidores públicos e encerrar programas vinculados aos democratas caso a paralisação persistisse. “Vamos demitir muita gente. E eles serão democratas”, afirmou o ex-presidente nas redes sociais, que classificou a paralisação como “shutdown democrata”.

Na véspera da paralisação, representantes dos dois partidos se reuniram com Trump na Casa Branca para tentar um acordo, mas as negociações não avançaram. Tentativas no Senado de aprovar uma proposta orçamentária foram rejeitadas ao não alcançar os votos mínimos necessários para aprovação.

A paralisação atual, a 15ª desde 1981, confirma a recorrência do impasse orçamentário entre executivos e legislativos com visões divergentes sobre prioridades federais. Além dos impactos na rotina dos servidores e serviços públicos, o “shutdown” pode refletir em atrasos em setores como transporte aéreo e abriu debate sobre o funcionamento do governo e a estabilidade política dos Estados Unidos em anos eleitorais.

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Fonte: g1.globo.com

Imagem: s2-g1.glbimg.com


Fonte: g1.globo.com

Written By
Caio Marcio

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