Economia

Os brasileiros reduziram o consumo de café e

Os brasileiros reduziram o consumo de café e
  • Publishedsetembro 30, 2025

Os brasileiros reduziram o consumo de café e passaram a escolher marcas mais baratas devido à alta dos preços, segundo pesquisa feita em setembro de 2025 pelo Instituto Axxus a pedido da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic).

A pesquisa ouviu 4.200 pessoas em todo o país e revelou que 96% dos brasileiros consomem café diariamente, mas 24% reduziram a quantidade bebida ao longo do ano. Além disso, 39% afirmaram que agora optam pela marca mais barata disponível, um aumento significativo em relação a 2019, quando esse percentual era de 7%.

O aumento de preços, relacionado a fatores internos e globais, afetou o hábito de consumo. A tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre o café brasileiro elevou o custo do grão na bolsa de Nova York. Problemas climáticos, como geadas no Cerrado Mineiro, causaram perdas de 424 mil sacas, impactando a produção nacional.

De acordo com dados da Abic de agosto de 2025, o preço médio do quilo do café nas prateleiras brasileiras subiu para R$ 62,83, quase o dobro do valor registrado dois anos antes, que era de R$ 32,40. O IBGE aponta um aumento acumulado de 60,85% nos últimos 12 meses, mesmo com uma leve queda em julho e agosto. A Abic ainda projeta uma nova alta de cerca de 15% nas próximas semanas, refletindo os custos maiores pagos pela indústria às fazendas.

O estudo também mostra que apenas 2% dos brasileiros aumentaram o consumo neste ano, enquanto a redução atingiu 24%, maior índice desde o início da série histórica da pesquisa, iniciada em 2019. A preferência pela marca mais barata na compra indica uma mudança no critério do consumidor, que antes escolhia marcas favoritas e dentro delas preços mais acessíveis.

Sérgio Parreiras Pereira, pesquisador do Instituto Agronômico de Campinas (IAC) e coautor do estudo, destaca que o consumidor mantém o hábito de tomar café diariamente, mas ajusta suas escolhas diante do novo cenário econômico. Quase metade da população entrevistada (44%) consome entre três e cinco xícaras de 50 ml diariamente.

A pesquisa possui margem de erro de dois pontos percentuais e confiabilidade de 99%, baseando-se em entrevistas presenciais nas cinco regiões do país. O levantamento é bienal e monitora a partir de 2019 os comportamentos e preferências dos consumidores brasileiros de café.

Entre os fatores que pressionam o preço do café estão a queda na produção global após quatro anos consecutivos de diminuição das colheitas e os baixos estoques mundiais do grão, além de perdas internas específicas como as geadas no Cerrado Mineiro, região importante para a produção do café arábica, variedade predominante no Brasil.

O cenário internacional também contribui para o aumento dos custos, com o incremento tarifário dos EUA refratando-se diretamente nos preços praticados na bolsa de Nova York, que serve de parâmetro para o mercado mundial.

Diante dessa combinação de fatores, o consumidor brasileiro tem buscado alternativas para manter o consumo dentro do orçamento, optando por marcas mais acessíveis e reduzindo a quantidade diária, ainda que o hábito de consumir café diariamente se mantenha estável.

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Fonte: g1.globo.com

Imagem: s2-g1.glbimg.com


Fonte: g1.globo.com

Written By
Caio Marcio

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