A companhia aérea alemã Lufthansa anunciou nesta segunda-fei

A companhia aérea alemã Lufthansa anunciou nesta segunda-feira (29) o corte de 4 mil cargos administrativos até 2030, como parte de um processo de automação, digitalização e uso de inteligência artificial (IA). A decisão foi apresentada durante uma reunião com investidores e analistas realizada em Munique.

O Grupo Lufthansa divulga também o objetivo de elevar seu lucro operacional ajustado, já com a nova projeção de Ebit entre 8% e 10% da receita, superando a meta anterior de 8%. Para 2024, a empresa espera que o Ebit ajustado ultrapasse os 1,9 bilhão de dólares alcançados no ano passado.

Além da redução no quadro administrativo, o grupo planeja modernizar a frota com mais de 230 novas aeronaves até 2030, incluindo 100 para rotas de longa distância. Paralelamente, pretende reforçar o controle centralizado das companhias aéreas sob sua gestão.

O grupo Lufthansa inclui as empresas Swiss, Austrian Airlines, Brussels Airlines e uma participação minoritária na italiana ITA. A companhia de baixo custo Eurowings será fortalecida, assim como as unidades de logística e manutenção, que deverão expandir suas operações para o setor de defesa.

Atualmente, o grupo emprega 101.709 funcionários e gerou uma receita de 37,6 bilhões de euros no último ano. As medidas anunciadas têm como objetivo garantir retornos sustentáveis para os acionistas, com previsão de pagamento de dividendos entre 20% e 40% dos lucros.

O sindicato dos trabalhadores do setor de serviços Verdi criticou os cortes previstos, classificando-os como “radicais” e manifestando oposição às demissões compulsórias. O negociador-chefe do sindicato, Marvin Reschinsky, afirmou que a questão será pauta da próxima rodada de negociações coletivas no final do ano.

O Verdi representa cerca de 20 mil trabalhadores de terra da Lufthansa e pretende discutir instrumentos para evitar demissões, como a reintrodução da aposentadoria parcial. O sindicato também apontou preocupações com as políticas ambientais europeias e o aumento da carga tributária, que prejudicariam a competitividade do setor aéreo.

Segundo Reschinsky, essas políticas comprometem empregos locais e ameaçam a existência do modelo de negócios da Lufthansa, solicitando ações do governo alemão para reverter o quadro.

O anúncio da Lufthansa reflete uma tendência global de reestruturação no setor aéreo, marcada por investimentos em tecnologia e cortes administrativos, visando maior eficiência diante de um mercado competitivo e regulado.

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Palavras-chave: Lufthansa, corte de empregos, automação, inteligência artificial, lucro operacional, frota aérea, controle centralizado, sindicato Verdi, negociações coletivas, políticas ambientais europeias.

Fonte: g1.globo.com