A Sinclair, operadora de 38 afiliadas da ABC

A Sinclair, operadora de 38 afiliadas da ABC nos Estados Unidos, anunciou na sexta-feira (26) o fim da suspensão do programa “Jimmy Kimmel Live!” e a retomada da transmissão do programa em suas afiliadas. A decisão ocorreu após quase duas semanas de interrupção, motivada por comentários feitos por Jimmy Kimmel envolvendo a morte do ativista conservador Charlie Kirk.

No comunicado, a Sinclair explicou que a suspensão visava garantir que a programação fosse precisa e adequada aos interesses das comunidades locais, enquanto respeitava as obrigações com a programação nacional da ABC. A empresa afirmou que recebeu diversas manifestações dos telespectadores e líderes comunitários, representando diferentes pontos de vista durante o período de suspensão.

A controvérsia começou após Jimmy Kimmel, em seu monólogo do dia 15 de maio, sugerir que o suposto autor do assassinato de Charlie Kirk seria um republicano pró-Trump. Kirk foi morto durante um evento na Universidade Utah Valley no dia 10 de maio. Tyler Robinson foi preso e indiciado por homicídio qualificado. O episódio gerou debates sobre liberdade de expressão e censura nos meios de comunicação.

A ABC havia suspenso o programa por tempo indeterminado logo após os comentários de Kimmel, mas a Sinclair, que controla várias afiliadas locais, recusou-se a transmitir o programa mesmo após o anúncio da rede sobre o retorno. No entanto, a operadora reverteu essa decisão nesta sexta-feira.

A Sinclair reafirmou que a suspensão foi uma decisão independente, sem qualquer influência governamental, sustentando que a liberdade de expressão assegura aos radiodifusores o direito de escolher o conteúdo exibido em suas emissoras locais. O comunicado destacou a importância do diálogo respeitoso entre vozes divergentes e o papel da transmissão responsável.

Na volta ao ar, Jimmy Kimmel afirmou que não teve a intenção de fazer piada com a morte de Charlie Kirk e buscou esclarecer seu posicionamento diante da repercussão negativa. O caso segue em destaque nos Estados Unidos, suscitando discussões sobre as responsabilidades dos apresentadores e as limitações da liberdade de expressão.

A retomada do programa mostra um equilíbrio entre a manutenção da diversidade de opiniões e a cautela diante de temas sensíveis, em meio a um cenário político polarizado. O episódio reforça os desafios enfrentados pelas redes de televisão e afiliadas locais na gestão de conteúdos que envolvem debates acalorados e consequências sociais.

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Fonte: g1.globo.com