Economia

A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (O

A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (O
  • Publishedsetembro 23, 2025

A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) afirmou nesta terça-feira que o impacto total das tarifas de importação dos Estados Unidos ainda não foi completamente sentido pela economia global. Apesar da resistência do crescimento mundial, os efeitos das taxas mais altas continuam em desenvolvimento, com previsões apontando para um impacto maior nos próximos meses.

No Relatório Interino de Perspectivas Econômicas, a OCDE destacou que muitas empresas têm absorvido parte do choque tarifário reduzindo margens de lucro e formando estoques antecipados. Antes da implementação das tarifas do governo Trump, que elevaram a taxa efetiva para cerca de 19,5% até agosto, grupos empresariais aumentaram a compra de produtos para estocar e evitar maiores custos.

Segundo o diretor da OCDE, Mathias Cormann, os efeitos mais profundos aparecerão à medida que esses estoques forem reduzidos e as tarifas continuarem a vigorar. “Os efeitos totais dessas tarifas ficarão mais claros com o tempo”, afirmou em coletiva de imprensa.

A projeção da organização para o crescimento econômico global em 2025 é de 3,2%, uma leve queda em relação aos 3,3% registrados em 2023, mas acima da estimativa anterior de 2,9% feita em junho. Para 2026, a previsão é de 2,9%, mantendo os números anteriores, mas indicando uma desaceleração prevista por conta da dissipação dos estoques e do impacto das tarifas nas cadeias produtivas.

Cormann ressaltou que aumentos adicionais nas barreiras comerciais ou a permanência da incerteza podem reduzir ainda mais o crescimento mundial, elevando os custos de produção e afetando investimentos e consumo.

Nos Estados Unidos, a previsão de crescimento para 2025 foi revista para 1,8%, acima dos 1,6% estimados anteriormente, refletindo o papel do investimento em inteligência artificial, do apoio fiscal e dos cortes de juros promovidos pelo Federal Reserve. Para 2026, o crescimento projetado permanece em 1,5%.

A OCDE aponta que esses fatores compensam parcialmente os efeitos negativos das tarifas maiores, da menor imigração e da redução no quadro de funcionários federais. A inteligência artificial, em particular, tem impulsionado parte da atividade econômica norte-americana.

Na China, o crescimento também deve desacelerar no segundo semestre de 2025, conforme o efeito das antecipações das exportações se esgota e diminui o impacto do apoio fiscal. Ainda assim, a expectativa é de alta de 4,9% para este ano, acima da última estimativa de 4,7%, e de 4,4% em 2026, levemente acima dos 4,3% previstos anteriormente.

Para a zona do euro, a OCDE espera um avanço de 1,2% em 2024, contra 1,0% na previsão anterior, e crescimento de 1,0% em 2026, abaixo dos 1,2% projetados antes. Tensões comerciais e geopolíticas devem reduzir o estímulo aos investimentos, apesar das taxas de juros mais baixas. O aumento dos gastos públicos na Alemanha contribui para o crescimento, enquanto medidas de austeridade pressionam economias como França e Itália.

No Brasil, o crescimento previsto para 2024 foi elevado para 2,3%, acima da estimativa anterior de 2,1%, e para 2026 a projeção é de 1,7%, ante 1,6%. Esses números refletem ajustes recentes feitos pela organização.

Com a desaceleração do crescimento global, a OCDE projeta que os principais bancos centrais devem adotar políticas monetárias mais frouxas em 2025, incluindo redução dos custos de empréstimos, desde que as pressões inflacionárias continuem em queda.

Para os Estados Unidos, especificamente, está prevista uma nova rodada de cortes de juros pelo Federal Reserve, à medida que o mercado de trabalho enfraqueça, a menos que os aumentos tarifários provoquem uma inflação mais persistente.

A análise divulgada ocorre no contexto da primeira visita oficial do presidente brasileiro Lula aos Estados Unidos, em Nova York, enquanto se mantém em debate o impacto das políticas tarifárias adotadas pelo governo Trump na economia mundial.

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Fonte: g1.globo.com

Imagem: s2-g1.glbimg.com


Fonte: g1.globo.com

Written By
Caio Marcio

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