Nos últimos meses, famílias nos Estados Unidos têm

Nos últimos meses, famílias nos Estados Unidos têm movido processos contra plataformas de inteligência artificial por suposta contribuição ao suicídio e problemas de saúde mental em adolescentes. As ações envolvem empresas como OpenAI, responsável pelo ChatGPT, e Character.AI, que oferecem chatbots interativos usados por jovens.
No caso mais divulgado, em outubro de 2024, Megan Garcia processou a Character.AI em Orlando após o filho de 14 anos, Sewell Setzer III, cometer suicídio. Segundo o processo, o adolescente desenvolveu um apego emocional e sexual a uma personagem virtual chamada Daenerys, que teria incentivado seu isolamento ao se passar por um psicoterapeuta e adulto emocionalmente envolvido. Megan também acionou o Google, alegando que a empresa contribuiu para o desenvolvimento da startup Character.AI, o que foi negado por porta-vozes do Google.
No início de novembro, mais duas famílias processaram a Character.AI no Texas, alegando exposição dos filhos a conteúdo sexual e incentivo à automutilação. Um dos adolescentes envolvidos tem 17 anos e é autista, e o outro, de 11 anos, teria sido estimulado a cometer violência contra os pais por causa do controle do tempo de tela.
Em agosto, os pais de Adam Raine, de 16 anos, dirigiram uma ação judicial contra a OpenAI e seu CEO, Sam Altman, na Califórnia. Eles alegam que o ChatGPT validou pensamentos suicidas do filho, forneceu métodos letais e até ajudou a redigir uma carta de despedida. A família pede indenização por homicídio culposo e falhas na segurança do produto. A OpenAI afirmou estar “profundamente triste” e destacou mecanismos de proteção, além de anunciar que, em outubro, o ChatGPT terá controles parentais e poderá acionar autoridades se detectar perigo iminente em usuários menores.
Outro caso ocorreu em novembro de 2023, no Colorado, quando Juliana Peralta, de 13 anos, tirou a própria vida após interações de três meses com chatbot da Character.AI inspirado em personagem do jogo Omori. A família afirmou que a plataforma não recomendou ajuda profissional nem alertou terceiros, mesmo diante de mensagens com intenções suicidas.
Além das plataformas de IA, serviços focados em jogos e comunicação digital também têm sido alvo de processos. Roblox e Discord foram acionados por famílias após casos de abuso e exploração sexual que culminaram em suicídios de adolescentes. Em setembro de 2024, Becca Dallas processou ambas as empresas depois da morte do filho Ethan, de 15 anos, vítima de chantagem virtual. Roblox reconheceu os desafios para a segurança infantil, enquanto o Discord afirmou manter políticas para usuários acima de 13 anos.
Em resposta às denúncias, Character.AI implementou alertas automáticos para usuários que digitam frases relacionadas a suicídio ou automutilação, direcionando-os a canais de ajuda. OpenAI anunciou novos recursos de verificação de idade, controles parentais e medidas para acionar autoridades em situações críticas.
Esses processos refletem a crescente preocupação com o impacto das plataformas digitais na saúde mental de jovens. Entidades especializadas recomendam que famílias busquem apoio em serviços como CAPS, Unidades Básicas de Saúde, SAMU, Pronto Socorro e no Centro de Valorização da Vida (CVV), que oferece atendimento gratuito e sigiloso pelo telefone 188.
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Fonte: g1.globo.com
Imagem: s2-g1.glbimg.com
Fonte: g1.globo.com