Economia

O governo argentino realizou, nesta quinta-feira (18), a

O governo argentino realizou, nesta quinta-feira (18), a
  • Publishedsetembro 18, 2025

O governo argentino realizou, nesta quinta-feira (18), a segunda intervenção consecutiva no câmbio para conter a alta do dólar frente ao peso, com a venda de US$ 379 milhões em reservas pelo Banco Central. A medida ocorreu em meio a uma crise econômica e política, que elevou a pressão sobre a moeda local.

Nos dois dias, o Banco Central vendeu um total de US$ 432 milhões, buscando conter a desvalorização do peso diante da forte demanda por dólares. Desde abril, quando adotou o regime de câmbio flutuante, o órgão não realizava intervenções diretas no mercado.

A pressão sobre o peso se intensificou após rumores e incertezas políticas, resultando em queda dos ativos argentinos. O índice acionário S&P Merval fechou com baixa de 4,93%, enquanto os títulos públicos recuaram em média 3,8%. O índice de risco-país ultrapassou 1.400 pontos-base, atingindo o maior nível em um ano.

O Banco Central manteve a taxa de câmbio oficial estável em 1.474,5 pesos por dólar no mercado interbancário, estabelecendo uma banda diária de negociação, com teto para vendas em 1.474,83 e piso para compras em 948,76 pesos. Esse mecanismo visa limitar a valorização do dólar, com autorização para o Central vender reservas quando o câmbio ultrapassa o limite acordado.

A intervenção contradiz a postura ultraliberal do governo de Javier Milei, que em abril comemorou o fim do sistema de controle cambial conhecido como “cepo”. A decisão surpreendeu analistas e reforçou a percepção de dificuldades para manter a estabilidade econômica sem controle estatal direto.

O peso argentino tem sofrido desvalorização constante, enquanto a inflação permanece elevada, apesar das medidas de austeridade adotadas pelo governo. A falta de confiança na economia e a escassez de reservas dificultam o pagamento de dívidas e o controle da inflação, aumentando a pressão por dolarização.

Entre as tentativas de conter a queda do peso, o governo endureceu regras para operações em moeda estrangeira, proibindo bancos de ampliar posições em câmbio à vista no final do mês. A elevação da taxa de juros de referência, utilizada para conter a valorização do dólar, não foi suficiente para estabilizar o mercado.

Especialistas interpretam a intervenção como uma tentativa emergencial de conter a crise cambial e evitar uma desvalorização mais profunda do peso. A medida interrompe temporariamente a política liberal adotada pelo governo, que até então evitava intervenções diretas no mercado.

Além do cenário econômico, o governo enfrenta uma crise política agravada por um escândalo de corrupção envolvendo a irmã do presidente, Karina Milei. Áudios vazados e acusações internas fragilizaram a imagem da administração e reduziram o apetite dos investidores estrangeiros.

A instabilidade política e a perda de apoio popular foram evidenciadas nas eleições legislativas de setembro, quando o partido de Milei sofreu derrota significativa na província de Buenos Aires, a mais importante do país. O resultado mostrou uma rejeição eleitoral que afeta a capacidade do governo de aprovar suas medidas econômicas.

A combinação de desafios econômicos e políticos coloca o governo Milei sob pressão para ajustar sua estratégia. A intervenção no câmbio reflete um esforço para controlar a volatilidade e a desvalorização do peso, fatores que impactam diretamente a inflação e a confiança dos agentes econômicos.

Diante desse quadro, o futuro da política econômica argentina indica um possível afastamento momentâneo da linha ultraliberal para garantir estabilidade no curto prazo, enquanto o governo tenta recuperar confiança e superar a crise.

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Fonte: g1.globo.com

Imagem: s2-g1.glbimg.com


Fonte: g1.globo.com

Written By
Caio Marcio

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