China abre investigação antitruste contra nvidia durante neg

O órgão regulador do mercado da China anunciou nesta segunda-feira que uma investigação preliminar identificou violação da lei antimonopólio pela Nvidia, fabricante americana de semicondutores, em meio às negociações comerciais entre Estados Unidos e China em Madri. A decisão ocorre em um momento de tensão no setor de tecnologia, especialmente sobre o acesso chinês a chips avançados.
A Administração Estatal para Regulação do Mercado (SAMR) afirmou que a Nvidia desrespeitou compromissos assumidos na compra da empresa israelense Mellanox Technologies em 2020, incluindo a manutenção do fornecimento de aceleradores de GPU para a China. A investigação foi aberta em dezembro de 2023 e aponta possíveis infrações das regras antitruste, sem detalhar especificamente as práticas questionadas.
A SAMR lembra que, conforme a lei antimonopólio chinesa, empresas podem ser multadas em até 10% do faturamento anual. A apuração ainda está em andamento, e a Nvidia não respondeu oficialmente ao comunicado. As ações da empresa recuaram 2,1% no pré-mercado desta segunda-feira.
Especialistas ouvidos pela Reuters interpretam a ação da SAMR como uma medida estratégica em reação às restrições comerciais dos EUA contra empresas chinesas, anunciadas na última sexta-feira pelo governo Trump. Essas sanções incluíram 23 companhias na lista de controle de exportações, intensificando a disputa entre os dois países.
Segundo Alfredo Montufar-Helu, diretor da consultoria GreenPoint, o anúncio da China pode influenciar a dinâmica das negociações em Madri, refletindo um movimento calculado de ambas as partes para melhorar suas posições. Já Zhengyuan Bo, sócio da Plenum Research, destaca que a resposta chinesa busca impor custos às empresas americanas caso os controles americanos continuem.
O CEO da Nvidia, Jensen Huang, tem realizado visitas frequentes à China para minimizar os impactos dessas tensões e assegurar a continuidade das operações no país. Em 2024, Huang visitou o mercado chinês três vezes, onde a Nvidia faturou US$ 17 bilhões no último ano fiscal, correspondendo a cerca de 13% da receita total da empresa.
Apesar das restrições americanas, que levaram à suspensão da venda dos chips mais avançados da Nvidia no país, empresas chinesas como Tencent e ByteDance continuam adquirindo versões adaptadas dos produtos, como o modelo H20, que passa por ajustes para atender às exigências locais.
O governo chinês também tem convocado representantes da Nvidia para discussões sobre os riscos de segurança relacionados aos semicondutores. Analistas apontam que o foco da China não é expulsar a Nvidia, mas acelerar o desenvolvimento de alternativas nacionais para reduzir a dependência estrangeira.
A disputa sobre o acesso aos chips de inteligência artificial avançada permanece como um dos pontos centrais das tensões tecnológicas entre China e Estados Unidos. O desfecho da investigação antitruste pode influenciar o futuro das relações comerciais e o mercado global de semicondutores.
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Fonte: g1.globo.com
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