Um estudo publicado em 3 de abril de 2024 na

Um estudo publicado em 3 de abril de 2024 na revista Future Science OA avaliou a qualidade das respostas do ChatGPT 3.5 para perguntas médicas sobre câncer hematológico, apontando limitações e potenciais da inteligência artificial (IA) nesse contexto.

A pesquisa, conduzida por uma equipe da Universidade de Miami liderada pelo médico-cientista Justin Taylor, testou a versão gratuita do chatbot da OpenAI disponível em julho de 2024. Dez perguntas foram feitas, das quais cinco eram gerais, como efeitos colaterais da quimioterapia, e cinco tratavam de terapias específicas, incluindo medicamentos em fase de estudo, como inibidores de BCL-2.

Quatro especialistas em hematologia e oncologia avaliaram as respostas em uma escala de 1 a 5, de forma anônima. Para perguntas gerais, o ChatGPT alcançou uma média de 3,38 pontos, considerada razoável, mas incompleta. Já nas questões sobre tratamentos mais recentes, a nota caiu para 3,06. Nenhuma resposta recebeu a nota máxima.

O estudo conclui que, apesar da utilidade em explicar conceitos básicos da doença, as respostas do chatbot não são confiáveis para tratamentos novos ou específicos. Taylor destacou que a supervisão médica ainda é essencial para verificar as informações geradas pela IA antes de serem usadas por pacientes.

O médico-cientista alertou sobre o uso cauteloso da inteligência artificial, destacando que, assim como os pacientes buscaram informações no Google no passado, a IA deve ser incorporada ao cotidiano com certo ceticismo. Ele ressaltou que chatbots não substituem a personalização e o detalhamento das consultas médicas, que envolvem a consideração de nuances e particularidades de cada caso.

O estudo analisou especificamente o ChatGPT 3.5, treinado com dados até 2021. Isso significa que descobertas médicas e terapias lançadas depois dessa data não estavam refletidas nas respostas. Embora versões mais recentes da IA possam apresentar desempenho diferente, os autores reforçam que a tecnologia deve ser vista como apoio, mas não como substituta da orientação profissional.

Os pesquisadores identificaram alguns usos promissores para a IA, como ajudar pacientes a se prepararem para consultas, a formular perguntas e a localizar fontes confiáveis de informação médica. A Universidade de Miami, por sua vez, investe na integração da tecnologia, oferecendo cursos sobre ética na IA aplicada à medicina e desenvolvendo sistemas que utilizam essa tecnologia para diagnóstico de tumores cerebrais e avaliação de risco em mieloma múltiplo.

O estudo reforça a necessidade de critérios rigorosos para o uso da inteligência artificial na saúde e evidencia que o avanço tecnológico deve andar junto com a supervisão médica.

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Fonte: g1.globo.com