O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira (2), em São Paulo, que espera que o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reconheça a necessidade de negociar as tarifas impostas ao Brasil e a outros países. Lula destacou que não tem interesse em conflitos com os EUA e que deseja manter a relação democrática entre as nações.

Lula criticou as tarifas de importação, que chegaram a 50% para produtos brasileiros após uma decisão do governo Trump. Ele mencionou que o Brasil já recorreu à Organização Mundial do Comércio (OMC) e pretende utilizar todos os meios legais para contestar as medidas comerciais. O presidente argumentou que Trump deve entender que a negociação é necessária, não só com o Brasil, mas também com países como China, Índia e Venezuela.

A imposição das tarifas ocorreu após uma denúncia de interesses políticos nos Estados Unidos envolvendo o processo judicial contra Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF). O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, passou a ser alvo de críticas da administração Trump. Em carta ao presidente Lula, Trump afirmou que Bolsonaro é alvo de “caça às bruxas” no Brasil.

Nesta terça, Lula também comentou o julgamento da chamada trama golpista, que ocorre na Primeira Turma do STF. Entre os réus estão Jair Bolsonaro e sete ex-auxiliares ou aliados do ex-presidente. Lula defendeu o direito à defesa no processo, ressaltando que, quando foi réu na Operação Lava Jato, sentiu que não teve esse direito plenamente garantido.

“O tribunal deve julgar com base nos autos do processo, provas e delações, garantindo presunção de inocência a todos”, disse o presidente. Ele afirmou ainda que deseja o direito à defesa não apenas para si, mas também para seus adversários políticos. Lula ressaltou que espera que a justiça seja feita respeitando o princípio da presunção de inocência.

O presidente falou com jornalistas durante sua visita a São Paulo para participar do velório do jornalista Mino Carta, que morreu aos 91 anos. As declarações sobre comércio exterior e o julgamento indicam que Lula busca equilibrar a postura diplomática diante dos Estados Unidos, ao mesmo tempo em que acompanha de perto processos judiciais relacionados ao cenário político brasileiro.

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Fonte: g1.globo.com