“O Último Azul”, filme dirigido pelo pernambucano Gabriel
“O Último Azul”, filme dirigido pelo pernambucano Gabriel Mascaro, estreia nesta quinta-feira (28) nos cinemas brasileiros, apresentando uma visão distópica sobre o envelhecimento e a liberdade. O longa acompanha Tereza, uma mulher de 77 anos que enfrenta uma legislação que exila idosos para colônias habitacionais, explorando temas sociais por meio de uma narrativa poética ambientada na Amazônia.
A história se passa em uma colônia criada pelo governo para abrigar idosos acima de 80 anos, considerados um obstáculo para o progresso da sociedade. Com a mudança da idade mínima para 75 anos, Tereza se vê ameaçada de exílio e decide realizar seu sonho de voar antes que seja tarde. Ela parte em uma jornada pela região amazônica, onde encontra o caracol baba-azul, cuja gosma azulada neon simboliza revelações sobre o futuro e desejos reprimidos.
O filme, vencedor do Urso de Prata no Festival de Berlim, combina crítica social com elementos místicos, discutindo o etarismo e as contradições do sistema capitalista. A fotografia de Guillermo Garza destaca as belezas naturais da região e apresenta cenas que mesclam o belo e o grotesco, como uma luta entre peixinhos que traz um tom poético à narrativa.
Os personagens são construídos com profundidade e apresentam diferentes perspectivas sobre a idade e a condição humana. Além de Tereza, há Cadu, um barqueiro que oculta sua sensibilidade, Ludemir, dono de uma aeronave ilegal, e Roberta, uma vendedora de Bíblias digitais que questiona sua própria fé. A interação entre Tereza e Roberta quebra estereótipos relacionados ao envelhecimento feminino, oferecendo cenas que combinam humor e crítica social.
Denise Weinberg interpreta Tereza, entregando uma performance que destaca as nuances da protagonista, enquanto Miriam Socarrás vive Roberta com uma mistura de mistério e leveza. Rodrigo Santoro aparece como Cadu, mantendo sua postura habitual em papéis complexos. O roteiro, assinado por Mascaro e Tibério Azul, conduz o público por uma narrativa envolvente, que mescla fantasia e realidade para provocar reflexões sobre o sentido da vida.
“O Último Azul” provoca questionamentos sobre o futuro da sociedade ao abordar a exclusão dos idosos e a busca por autonomia pessoal. A produção estimula o debate sobre o envelhecimento, a liberdade e a importância de valorizar os pequenos prazeres da vida diante das adversidades. O filme reforça o interesse do diretor em temas sociais e expande sua trajetória crítica iniciada em obras anteriores como “Boi Neon” e “Divino Amor”.
Com sua estreia marcada para esta semana, o longa traz uma proposta narrativa que une uma trama distópica a uma visualidade poética e simbólica. O reconhecimento internacional, evidenciado pelo Prêmio no Festival de Berlim e a busca por uma indicação ao Oscar 2026, destaca a relevância e o impacto de “O Último Azul” no cinema brasileiro contemporâneo.
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Fonte: g1.globo.com
Imagem: s2-g1.glbimg.com
Fonte: g1.globo.com