Economia

Agronegócio cobra detalhes sobre medidas de socorro aos exportadores

Agronegócio cobra detalhes sobre medidas de socorro aos exportadores
  • Publishedagosto 15, 2025

Tarifaço dos EUA: agro brasileiro cobra mais detalhes e rapidez nas medidas de socorro a exportadores O setor do agronegócio brasileiro busca respostas rápidas e mais informações do governo federal sobre as medidas de socorro das para amenizar os impactos do incremento tarifário dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. O pacote de apoio foi divulgado na quarta-feira (13), mas a…

Tarifaço dos EUA: agro brasileiro cobra mais detalhes e rapidez nas medidas de socorro a exportadores

O setor do agronegócio brasileiro busca respostas rápidas e mais informações do governo federal sobre as medidas de socorro das para amenizar os impactos do incremento tarifário dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. O pacote de apoio foi divulgado na quarta-feira (13), mas a aplicação prática das ações ainda gera dúvidas e preocupações entre os produtores e exportadores.

Grandes entidades do setor, como a Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA) e a Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), ainda não se pronunciaram formalmente até esta sexta-feira (15). A Abag atribui essa posição à complexidade dos detalhes que precisam ser definidos pelo governo para que as ações possam realmente começar a valer.

Enquanto isso, associações representativas de cadeias específicas, como café, frutas, mel e pescados, já expressaram suas opiniões e incertezas. Entre as principais dúvidas estão, por exemplo, quais serão as taxas de juros e prazos para a linha de crédito emergencial de R$ 30 bilhões; se esse crédito poderá ser usado para pagar empréstimos já existentes, incluindo adiantamentos sobre contratos de câmbio (ACC); se os benefícios fiscais abrangerão exclusivamente as vendas para os EUA ou também para outros mercados; e se pequenos produtores que vendem para exportadores serão contemplados pelas medidas.

Um dos entraves para a rápida implementação das medidas é a necessidade de publicação de cerca de 20 atos normativos, ainda sem prazo definido pelo governo. O Ministério da Fazenda informou que as condições para a linha de crédito ainda estão em definição e passarão pela aprovação do Conselho Monetário Nacional (CMN). Contudo, assegurou que bancos e governo trabalham para viabilizar o quanto antes a oferta das linhas de crédito.

Opinião dos setores afetados

No setor do café, a medida que mais chama atenção é o programa Reintegra, que devolve parte dos impostos pagos na produção para o exportador. Para empresas de grande e médio porte, a restituição será de 3,1%, enquanto para micro e pequenas, de 6%. Segundo Aguinaldo Lima, diretor-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (Abics), o principal ponto crítico é que o benefício seja válido para exportações a todos os países, e não apenas aos Estados Unidos.

“O nosso café ficará até 50% mais caro nos EUA após o tarifaço. Se eu recebo 3% de volta, poderei reduzir meu preço em 3%, o que ajuda, mas não compensa totalmente as perdas naquele mercado. Se o benefício for para todos os destinos, conseguimos maior competitividade global”, explicou Lima. Entre as demandas da Abics está também a inclusão da linha de crédito emergencial para operações de ACC.

Para o setor de frutas, a Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas (Abrafrutas) reconheceu como positivo o avanço de algumas medidas, como o drawback e o adiamento de tributos. Além disso, avalia a compra pública de frutas como uma solução para mitigar perdas. No entanto, a entidade destaca que a ajuda atualmente beneficia em maior parte os exportadores diretos, enquanto pequenos agricultores, que vendem para esses exportadores, podem acabar desamparados.

“O pequeno agricultor representa a maior parte da fruticultura. Sem um amparo direto a esses produtores, há risco de queda nas vendas, afetando suas rendas e permanência no campo”, alertou a associação.

O presidente da Associação Brasileira dos Exportadores de Mel (Abemel), Renato Azevedo, destacou a preocupação com o prazo para que as medidas cheguem de fato até os exportadores. Contratos firmados com empresas dos EUA nos próximos meses, com preços já estabelecidos, foram suspensos devido ao tarifaço, deixando estoques acumulados e pressionando por redução dos valores pagos. Azevedo acredita que a linha de crédito da é uma das ajudas mais importantes e vê com bons olhos a possibilidade de compras públicas, especialmente no Nordeste, grande produtor de mel orgânico destinado à exportação.

No segmento de pescados, Francisco Medeiros, presidente executivo da Peixe BR, considerou as medidas das um avanço significativo para a política de exportação. Contudo, reforça que o impacto efetivo das ações depende da regulamentação das medidas, o que ainda deve ocorrer para que o setor avalie a ajuda emergencial com mais clareza.

Em resumo

O tarifaço imposto pelos EUA gera impacto direto e imediato para várias cadeias produtivas do agronegócio brasileiro. Apesar do pacote de medidas do pelo governo federal ser visto como um passo positivo, subsistem dúvidas sobre a operacionalização e celeridade das ações. O setor reclama transparência, agilidade e abrangência para que os efeitos das medidas possam ser concretos e minimizem as perdas nas exportações brasileiras.

Palavras-chave para SEO: tarifaço dos EUA, agronegócio brasileiro, medidas de socorro, exportadores brasileiros, linha de crédito R$ 30 bilhões, Reintegra, Abics, Abrafrutas, Abemel, Peixe BR, impacto tarifário, comércio exterior, exportações brasileiras, custo exportação, Ministério da Fazenda, adiantamento de contrato de câmbio, ACC, política agrícola, produção agrícola Brasil.

Imagem: s2-g1.glbimg.com


Fonte: g1.globo.com

Written By
Caio Marcio

Leave a Reply