Os 25 maiores municípios brasileiros foram responsáveis por

Os 25 maiores municípios brasileiros foram responsáveis por 34,2% do Produto Interno Bruto (PIB) do país em 2023, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (19). A pesquisa PIB dos Municípios 2022-2023 mostra que essas cidades concentram mais de um terço da riqueza gerada no Brasil no ano passado.

O levantamento do IBGE analisou dados de 5.570 municípios e revelou que a economia brasileira permanece concentrada nas maiores cidades, apesar de sinais de recuperação nas capitais após a pandemia de Covid-19. A participação das 27 capitais no PIB nacional aumentou de 27,5% para 28,3% entre 2022 e 2023, mas ainda está abaixo dos níveis pré-pandemia.

As três maiores contribuições para o PIB nacional vieram das capitais São Paulo (9,7%), Rio de Janeiro (3,8%) e Brasília (3,3%). Juntas, elas respondem por quase 17% da economia do país. Ao todo, 11 capitais figuram entre os 25 municípios com maior PIB, enquanto o restante do ranking é dominado por cidades da região Sudeste, com nove paulistas, quatro fluminenses e um mineiro.

Houve uma única mudança no ranking em relação ao ano anterior: Betim (MG) entrou na lista, substituindo Itajaí (SC). Desde o início da série histórica do IBGE, em 2002, as capitais sempre lideraram a geração de riqueza, mas sua participação no PIB vem caindo ao longo do tempo. Em 2002, as capitais respondiam por 36,1% do PIB, valor que recuou para 31,4% em 2019, indicando uma leve desconcentração econômica.

Com a pandemia, o impacto sobre atividades presenciais de serviços provocou queda significativa na participação das capitais, que chegou ao ponto mais baixo da série em 2022, com 27,5%. Em 2023, houve recuperação parcial, porém o percentual ainda não voltou aos patamares anteriores à crise sanitária.

Além do PIB total, o estudo também destaca o PIB per capita, que revela onde a riqueza é mais concentrada por habitante. O Brasil teve um PIB per capita médio em 2023 de R$ 53.886,67, mas esse valor esconde grandes disparidades entre municípios. O maior PIB per capita foi registrado em Saquarema (RJ), com R$ 722.441,52, mais de 13 vezes acima da média nacional.

Segundo o IBGE, os municípios com maior PIB per capita são aqueles com atividades econômicas intensivas em capital e baixa densidade populacional, como extração e refino de petróleo. Outros municípios se destacam por abrigar indústrias de capital intensivo ou usinas hidrelétricas.

Entre os seis municípios com os maiores PIBs per capita, todos possuem forte presença desses setores. Cidades como São Francisco do Conde (BA), Maricá (RJ) e Paulínia (SP) também aparecem no ranking devido à indústria do petróleo e do refino. Já Santa Rita do Trivelato (MT) tem destaque na agropecuária, enquanto Louveira (SP) e Extrema (MG) são puxadas pela indústria de transformação e comércio.

Regionalmente, o Norte e Nordeste concentram a maioria dos municípios com PIB per capita mais baixos. As regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste apresentam os índices mais elevados, inclusive entre suas capitais.

No que se refere aos setores econômicos, o setor de Serviços manteve a liderança na geração de riqueza entre 2022 e 2023, elevando sua participação no Valor Adicionado Bruto (VAB) de 67% para 67,8%. O crescimento desse setor ocorreu tanto em volume quanto em preços, com destaque para atividades financeiras, seguros, outros serviços e administração pública, educação e saúde.

A Agropecuária foi o setor que mais cresceu em volume (16,3%), apesar de uma queda nos preços. Por outro lado, a Indústria perdeu espaço, reduzindo sua participação de 26,3% para 25,4%, pressionada principalmente pela diminuição nos preços das atividades extrativas, mesmo com crescimento em volume.

Esses dados apontam para uma economia brasileira fortemente concentrada em poucas cidades e setores, com desafios para a redução das desigualdades regionais.

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Fonte: g1.globo.com