Macron espera que adiamento da assinatura do acordo mercosul

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O presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou nesta sexta-feira (19) que espera que o adiamento de um mês na decisão sobre o acordo comercial entre a União Europeia (UE) e o Mercosul seja suficiente para atender às condições impostas pelo seu país. A assinatura do tratado, inicialmente prevista para sábado (20), em Foz do Iguaçu, foi adiada devido a resistências principalmente da França.

Macron destacou que a França considera insuficientes as condições atuais do acordo, especialmente em relação às salvaguardas para o setor agrícola francês. O país lidera a oposição dentro da UE, temendo a concorrência de produtos latino-americanos com custos menores e normas ambientais diferentes das europeias. “Queremos dizer aos agricultores franceses que este acordo não pode ser assinado sem garantir sua proteção”, afirmou Macron antes da reunião do Conselho Europeu em Bruxelas.

Na quinta-feira (18), a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou que a assinatura do acordo não ocorrerá neste sábado, como estava planejado. O adiamento foi confirmado em reunião com líderes do bloco, que discutem o texto negociado por 25 anos. A decisão de postergar a assinatura para janeiro reflete a necessidade de acomodar as exigências de França, Itália e outros países preocupados com o impacto do tratado em setores sensíveis.

O acordo Mercosul-UE visa criar uma das maiores zonas de livre comércio do mundo, reduzindo gradualmente tarifas de importação e exportação entre os dois blocos. Além disso, prevê regras comuns para comércio de bens industriais e agrícolas, investimentos, propriedade intelectual e regulação de serviços. O tratado busca ampliar as trocas comerciais, mas enfrenta resistência especialmente no agronegócio europeu, que teme competição desigual.

Para avançar, o acordo precisa ser aprovado pelo Conselho Europeu, que exige maioria qualificada: ao menos 15 dos 27 países membros, representando 65% da população da UE. Essa fase é considerada o maior desafio político para a ratificação, pois envolve múltiplos interesses nacionais e setoriais. O impasse na votação tem adiado a consolidação formal do pacto, mesmo após décadas de negociações.

A Comissão Europeia planejava selar o tratado nesta semana para reforçar a integração comercial e econômica entre Europa e América do Sul. No entanto, a posição contrária de França e Itália, alinhadas a outros países, evidenciou a necessidade de revisões e discussões adicionais. O adiamento permite, ao menos temporariamente, que questões específicas do setor agrícola sejam reconsideradas.

A expectativa original era que Ursula von der Leyen viajasse ao Brasil para ratificar o acordo na cúpula de chefes de Estado do Mercosul em Foz do Iguaçu. Com o atraso, essa agenda ficou comprometida para o fim do ano, e a assinatura formal deverá ocorrer apenas em 2026. Enquanto isso, os debates continuam em Bruxelas, com as lideranças europeias ponderando os impactos do acordo para diferentes segmentos econômicos.

O acordo Mercosul-UE está entre os tratados comerciais mais longos negociados pela União Europeia, abrangendo setores além da agricultura, como indústria, serviços e investimentos. A prolongada negociação reflete o equilíbrio delicado entre interesses comerciais, ambientais e sociais dentro dos blocos envolvidos. O adiamento nesta fase indica que o processo ainda enfrenta divergências importantes, sobretudo sobre proteção aos agricultores e regulamentos ambientais.

A decisão final dependerá da capacidade dos países da UE de encontrarem compromissos que respeitem suas demandas internas e fortaleçam as relações comerciais com o Mercosul. Com o adiamento, as próximas semanas serão dedicadas a ajustes técnicos e políticos para viabilizar a aprovação do acordo, considerado estratégico para ambos os blocos.

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Fonte: g1.globo.com

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