Economia

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der
  • Publisheddezembro 19, 2025

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou nesta sexta-feira (19) que a maioria dos Estados-membros da União Europeia votará a favor do acordo comercial entre o bloco e o Mercosul, apesar do adiamento da assinatura prevista para este sábado (20) em Bruxelas. O acordo, que estava em negociação há 25 anos, foi postergado para janeiro devido a resistências internas, principalmente da França e da Itália, que buscam maiores garantias para seus setores agrícolas.

Na quinta-feira (18), Von der Leyen comunicou a autoridades europeias que o pacto não seria assinado neste fim de semana, segundo informações das agências AFP e Reuters. A decisão ocorreu após a Itália alinhar-se à França para pedir o adiamento, reivindicando proteção adicional ao setor agrícola. O Conselho Europeu, reunido em Bruxelas entre quinta e sexta-feira, tem a responsabilidade de aprovar formalmente a ratificação do acordo.

O tratado prevê a criação da maior zona de livre comércio do mundo, com a redução ou eliminação gradual de tarifas sobre importações e exportações. Também estabelece regras comuns para comércio de bens industriais e agrícolas, investimentos e padrões regulatórios. O acordo envolve Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, representando um dos blocos econômicos mais expressivos no comércio global.

O principal obstáculo ao avanço do acordo está na oposição da França. O presidente Emmanuel Macron declarou que seu país não apoiará o pacto sem a inclusão de novas salvaguardas para proteger os agricultores franceses, que temem a competição de produtos importados com preços mais baixos e normas ambientais diferentes das europeias. Macron afirmou que a França rejeitará qualquer tentativa de forçar a aprovação do acordo.

Em sentido contrário, Alemanha, Espanha e países nórdicos apoiam o acordo, acreditando que ele pode contribuir para reduzir a dependência da China e compensar os efeitos das tarifas americanas sobre produtos europeus. O chanceler alemão, Friedrich Merz, ressaltou que decisões precisam ser tomadas para manter a credibilidade da União Europeia na política comercial global.

Na Itália, a primeira-ministra Giorgia Meloni condicionou o apoio ao atendimento das preocupações dos agricultores locais. Ela afirmou que o governo está pronto para assinar o acordo assim que forem oferecidas garantias, o que implicaria em negociações com a Comissão Europeia para resolver pendências rapidamente.

Do lado do Mercosul, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, declarou estar em contato com Meloni, que teria demonstrado não ser contrária ao tratado, apesar da pressão de agricultores no país. Lula afirmou acreditar que a Itália apoiará o acordo dentro de no máximo um mês, caso alterações ou garantias sejam apresentadas.

Enquanto os debates políticos se estendem, milhares de agricultores de diversos países europeus protestaram em Bruxelas contra o acordo e a política agrícola da União Europeia. Durante a manifestação, ocorreram confrontos com a polícia, que utilizou intervenção para dispersar o ato. Houve danos a patrimônios públicos e pelo menos uma pessoa ficou ferida.

Para avançar, o acordo precisa receber a aprovação do Conselho Europeu por maioria qualificada, ou seja, pelo menos 15 dos 27 países representantes de pelo menos 65% da população da UE. Esta etapa é decisiva e seu resultado determinará se a Comissão Europeia poderá ratificar o tratado, com uma assinatura formal adiada para o próximo ano.

Além do agronegócio, o acordo Mercosul-União Europeia abrange também comércio industrial, serviços, investimentos, propriedade intelectual e insumos produtivos. Isso explica o apoio de vários setores econômicos europeus que veem no pacto uma oportunidade para ampliar mercados e fortalecer parcerias comerciais.

A expectativa inicial era que Ursula von der Leyen viajasse ao Brasil ainda este ano para oficializar a assinatura do acordo com os países do Mercosul, mas o adiamento deve postergar essa iniciativa. O futuro do pacto permanece em aberto até que os Estados-membros solucionem suas divergências internas e confirmem seu apoio.

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Fonte: g1.globo.com

Imagem: s2-g1.glbimg.com


Fonte: g1.globo.com

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Caio Marcio

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