O Banco Central (BC) revisou para cima a previsão de

O Banco Central (BC) revisou para cima a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2023, passando de 2% para 2,3%, conforme divulgado no relatório de política monetária do quarto trimestre, nesta quinta-feira (18). Para 2026, ano eleitoral, a instituição elevou a estimativa de expansão para 1,6%, índice que se configuraria como o pior desempenho desde 2020.
Em 2024, o PIB avançou 3,4%, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mesmo com a alta na projeção para 2026, o crescimento previsto pelo BC está abaixo do ritmo dos anos anteriores, refletindo o ambiente econômico marcado por juros elevados.
A taxa Selic, principal referência para o crédito na economia, permanece em 15% ao ano, nível não registrado há quase duas décadas. O mercado financeiro prevê queda dos juros somente a partir de março de 2026. O BC reforça que o atual patamar da Selic é necessário para combater pressões inflacionárias e manter os preços dentro da meta estabelecida.
O relatório aponta que o “hiato do produto” continua positivo, indicando que a economia opera acima de seu potencial sem gerar inflação excessiva. Como os efeitos da taxa básica de juros costumam levar de seis a 18 meses para se refletirem totalmente, o Banco Central monitora expectativas inflacionárias até meados de 2027 para orientar sua política monetária.
A manutenção dos juros altos tem enfrentado críticas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, enquanto ex-presidentes do BC, como Roberto Campos Neto, defendem a estratégia para controlar a inflação. Campos Neto deixou o cargo em dezembro do ano passado, após ter sido indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.
A desaceleração prevista para 2026 também gera riscos orçamentários para o governo federal, devido à possível redução na arrecadação tributária. O projeto de lei orçamentária enviado ao Congresso Nacional projeta crescimento do PIB de 2,44% em 2026, estimativa alinhada ao Ministério da Fazenda, que prevê expansão de 2,4%.
Caso o cenário do BC, com expansão de 1,6%, se confirme, o Executivo terá receitas menores, dificultando o cumprimento da meta fiscal que prevê superávit nas contas públicas. Em resposta, poderá ser necessário adotar bloqueios mais rigorosos em despesas, decisão que ganha relevância em um ano de eleição presidencial.
O Banco Central segue ajustando a política monetária com o objetivo de equilibrar o crescimento econômico e o controle da inflação, em um contexto marcado por incertezas políticas e econômicas para os próximos anos.
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Fonte: g1.globo.com
Fonte: g1.globo.com