O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou nesta

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou nesta quarta-feira (17) que o governo Lula enfrenta uma “relação difícil” com o mercado financeiro e sofre falta de reconhecimento da imprensa sobre a melhora nas contas públicas. A fala ocorreu durante reunião ministerial na Granja do Torto, em Brasília.

Haddad afirmou que os indicadores econômicos e sociais do governo mostram avanços, apesar da percepção negativa nas avaliações mercadológicas e jornalísticas. Segundo ele, há um “problema de narrativa” que desconsidera que o atual governo herdou uma situação fiscal difícil após sete anos de administração de extrema direita.

O ministro ressaltou a recuperação social no país, destacando a melhora no emprego e a redução da pobreza. Apontou também que a inflação se mantém relativamente baixa, resultado do aumento da taxa de juros nos últimos anos, e que o PIB tem crescido em torno de 3% ao ano.

Em relação às contas públicas, dados oficiais indicam que o governo registrou déficit fiscal de R$ 230,5 bilhões em 2023 e previsão de déficit de R$ 75 bilhões para 2024, com uma meta de fechar o rombo em 2025. No entanto, as exceções à meta fiscal — como precatórios, calamidade no Rio Grande do Sul, impactos do tarifaço dos Estados Unidos e gastos com Defesa — somam mais de R$ 170 bilhões em quatro anos e dificultam o equilíbrio fiscal.

Apesar do aumento da carga tributária para níveis recordes em mais de duas décadas, o déficit fiscal deve continuar durante o mandato de Lula. Haddad afirmou que o governo seguirá buscando superar tensões “frequentemente artificialmente construídas” com o mercado financeiro e a imprensa.

O ministro também projetou que 2026 será um ano marcado por “guerra de narrativas” durante as eleições presidenciais. Ele disse que o presidente Lula considera esse período o “ano da verdade”, que poderá definir os próximos quatro anos do governo.

O aumento da dívida pública é fonte de críticas ao governo, embora Haddad destaque avanços fiscais. A dívida pública consolidada atingiu 78,1% do PIB em setembro, o equivalente a R$ 9,75 trilhões, segundo o Banco Central. Pelo padrão do Fundo Monetário Internacional (FMI), a dívida brasileira chega a 90,5% do PIB.

Esse patamar coloca o país próximo do endividamento médio dos países da Zona do Euro em 2024, acima da média da América Latina e outras nações emergentes, e abaixo do nível de países desenvolvidos. O crescimento da dívida eleva a pressão sobre a taxa de juros, impactando o custo do crédito para o setor produtivo e limitando o crescimento econômico.

Entre o início de 2023 e setembro deste ano, a dívida aumentou em 6,5 pontos percentuais e a previsão do Tesouro Nacional é de alta de cerca de 11 pontos percentuais até o fim do mandato atual. Comparado a mandatos anteriores, essa alta é significativa e contrasta com períodos anteriores de redução da dívida sob governos de Lula e Dilma, ou aumento durante administrações Temer e Dilma no segundo mandato.

O terceiro mandato de Lula apresenta alta acumulada de 6,6 pontos percentuais em pouco mais de dois anos, resultado do aumento das despesas públicas. Entre os fatores para esse crescimento estão a PEC da transição, que ampliou gastos públicos em cerca de R$ 170 bilhões anuais, e o reajuste real do salário mínimo, que afeta benefícios previdenciários.

Outros elementos que pressionam as contas públicas incluem a retomada da vinculação de gastos mínimos em saúde e educação, o pagamento de precatórios acumulados no governo anterior (um total de R$ 92,3 bilhões), reajustes a servidores públicos e despesas elevadas com os juros da dívida, que somaram R$ 985 bilhões em doze meses até setembro.

Sem um ajuste fiscal mais robusto, a elevada dívida obriga o governo a pagar juros maiores aos investidores, o que impacta a economia como um todo, segundo o ex-presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Haddad reforça que o governo pretende enfrentar os desafios fiscais enquanto busca superar as dificuldades na comunicação com o mercado e a imprensa.

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Fonte: g1.globo.com


Fonte: g1.globo.com

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