O dólar abriu a sessão desta quarta-feira (17) acompanhando a atenção dos investidores voltada a discursos do Federal Reserve, declarações de Donald Trump e o cenário político brasileiro, com destaque para uma nova pesquisa eleitoral. O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, está previsto para abrir às 10h.
Com poucos indicadores econômicos na agenda doméstica, o mercado focou nos pronunciamentos de dirigentes do Federal Reserve ao longo do dia. Christopher Waller inaugurou as falas pela manhã, seguido por John Williams e Raphael Bostic, todos buscavam esclarecer os rumos da política monetária americana.
Internacionalmente, a expectativa é pela declaração de Donald Trump em sua rede social, que ganha relevância diante do aumento das tensões com a Venezuela. Na terça-feira, Trump afirmou que a Venezuela estaria “completamente cercada” e ordenou um bloqueio total a petroleiros sancionados que entram ou saem do país, além de acusar o governo venezuelano de se apropriar de petróleo e terras dos EUA.
No Brasil, a divulgação de uma pesquisa eleitoral da Quaest influenciou a percepção dos investidores, já que a corrida presidencial de 2026 começa a entrar no radar do mercado. O levantamento apontou o ex-presidente Lula na liderança, seguido por Flávio Bolsonaro e Tarcísio de Freitas.
Na terça-feira, o Ibovespa recuou 2,4%, interrompendo uma sequência de quatro altas consecutivas. O índice chegou a cair para 158.577 pontos após alcançar os 162 mil pontos no pico do dia. A reação negativa foi atribuída a uma combinação de fatores políticos e econômicos, que aumentaram a cautela dos investidores.
Segundo Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad, a pesquisa Quaest repercutiu no mercado ao mostrar um governo mais fortalecido, com chances de reeleição, e uma oposição fragmentada. Isso levou muitos investidores a venderem ações, exigirem juros mais altos para comprar títulos públicos e buscarem proteção no dólar.
No campo econômico, a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) revelou que o Banco Central manterá os juros básicos altos por mais tempo. O documento afastou as expectativas de cortes já no início de 2026, mantendo a taxa Selic em 15% ao ano pela quarta reunião consecutiva.
O Banco Central destacou que a economia brasileira segue desacelerando gradualmente e que a inflação atual e as projeções ainda estão acima da meta oficial. Por isso, a autoridade monetária entende que é necessário manter juros elevados para garantir o retorno da inflação aos níveis desejados sem prejuízo maior para a economia.
Dados recentes apontam para um crescimento mais lento do Produto Interno Bruto (PIB) e para a desaceleração do consumo das famílias, considerado um movimento importante para conter a pressão inflacionária nos serviços.
Milene Dellatore, diretora da MIDE Mesa Proprietária, afirmou que a queda da Bolsa ocorre por uma reprecificação racional ligada à ata do Copom, e não por pânico. Segundo ela, a expectativa frustrada de redução dos juros fez o mercado ajustar os preços das ações para baixo.
No cenário internacional, o mercado também analisou dados relativos ao mercado de trabalho e consumo americano. O relatório de empregos mostrou a criação de 64 mil vagas em novembro, superando a previsão de 50 mil, após a perda de 105 mil empregos em outubro.
A taxa de desemprego subiu de 4,4% em setembro para 4,6% em novembro, refletindo principalmente a volta de pessoas à procura de trabalho. O relatório também apontou impacto da paralisação do governo federal dos EUA, que durou 43 dias e afetou a coleta de dados em outubro.
Leonel Mattos, analista da StoneX, explicou que esses números indicam um mercado de trabalho misto, o que reforça a cautela do Federal Reserve em reduzir os juros rapidamente. Isso contribui para fortalecer o dólar globalmente e pressionar moedas como o real.
As vendas no varejo nos EUA ficaram estáveis em outubro, mostrando que o consumo não cresceu no mês, mas manteve certa força no início do quarto trimestre. Economistas destacam que os consumidores enfrentam preços mais altos em alimentos, móveis e itens importados, além de maiores custos com saúde e moradia.
Nas bolsas globais, Wall Street apresentou queda na abertura após os dados econômicos, enquanto as bolsas europeias operaram em alta leve, apoiadas por setores específicos. Já os mercados asiáticos fecharam em baixa, com perdas no setor imobiliário e em ações ligadas à tecnologia e energia.
O mercado brasileiro deve seguir atento aos desdobramentos políticos e econômicos nos próximos dias, especialmente ao comportamento da inflação e às decisões do Banco Central, além das tensões internacionais envolvendo os Estados Unidos.
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Fonte: g1.globo.com
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Fonte: g1.globo.com

