A dominatrix profissional Madelaine Thomas criou uma empresa

Imagem: s2-g1.glbimg.com

A dominatrix profissional Madelaine Thomas criou uma empresa de tecnologia para combater o vazamento de imagens íntimas após ter suas fotos privadas expostas por clientes, na região de Monmouthshire, País de Gales. A iniciativa surgiu em 2022, motivada pela experiência pessoal dela com a divulgação não autorizada das imagens e pela necessidade de encontrar uma solução tecnológica para rastrear abusadores.

Madelaine Thomas enfrentou episódios de humilhação depois que fotos explicitas suas foram compartilhadas sem consentimento. Apesar de não ter vergonha das imagens em si, ela rejeita o uso abusivo que foi feito delas. A partir dessa situação, fundou a Image Angel, uma empresa que utiliza marcas d’água forenses invisíveis para identificar e rastrear quem distribui as fotos ou vídeos indevidamente.

A tecnologia da Image Angel insere uma marca d’água exclusiva e invisível em cada imagem compartilhada em plataformas que adotam o sistema, como aplicativos de namoro, redes sociais e sites diversos. Caso uma foto vazada seja encontrada, é possível identificar, por meio da marca, a pessoa que a compartilhou, facilitando a responsabilização dos abusadores. Até o momento, uma plataforma já instalou essa tecnologia, e Thomas negocia com outras para ampliar o alcance.

A iniciativa recebeu reconhecimento, incluindo prêmios e indicação pela parlamentar britânica Baronesa Bertin, que considera a solução uma prática recomendada contra a pornografia de vingança. No Reino Unido, o abuso de imagens íntimas é crime, com possibilidade de prisão de até dois anos para quem divulga conteúdos sem consentimento. No Brasil, a legislação prevê penas de um a cinco anos, podendo aumentar em casos de vingança.

Antes de se tornar empresária de tecnologia, Thomas atuou como dominatrix por dez anos, oferecendo serviços consensuais e praticando BDSM, principalmente de forma online. Para ela, sua trajetória ajuda a compreender as brechas existentes na proteção contra o abuso de imagens íntimas. Ela destaca que não possuía conhecimento tecnológico, mas dedicou-se a estudar e buscar apoio para desenvolver a empresa.

Autores de abuso de imagens íntimas afetam não só trabalhadores do sexo, mas uma parcela significativa da população. Segundo a Linha de Apoio sobre Pornografia de Vingança do Reino Unido, cerca de 1,42% das mulheres são vítimas anualmente desse tipo de crime. As consequências incluem estigmatização, vergonha e impacto emocional.

Especialistas, como Kate Worthington da organização Rede de Aprendizado do Sudoeste, apontam a importância de abordagens múltiplas para combater o problema. A SWGFL mantém a ferramenta global StopNCII.org, que gera códigos criptográficos para detectar e remover imagens íntimas compartilhadas sem consentimento.

A ativista e apresentadora Jess Davies também compartilha sua experiência com o vazamento de imagens quando tinha 15 anos, destacando o impacto prolongado do abuso e a importância de desestigmatizar as vítimas. Ela defende a transferência da culpa para os responsáveis pela distribuição não autorizada.

Madelaine Thomas espera que sua tecnologia não apenas auxilie na identificação dos abusadores, mas também funcione como um fator de dissuasão. Para ela, a dignidade, o respeito e a confiança devem prevalecer no uso de imagens pessoais, e ninguém deve ser submetido a humilhações decorrentes do compartilhamento indevido.

A Image Angel representa um esforço inovador para enfrentar o problema da pornografia de vingança por meio da tecnologia, ampliando as possibilidades de proteção e responsabilização no ambiente digital.

Palavras-chave: pornografia de vingança, vazamento de imagens íntimas, Image Angel, marcas d’água forenses, abuso digital, direitos das vítimas, tecnologia contra vazamento, proteção de dados pessoais, crime digital, BDSM e privacidade.

Fonte: g1.globo.com

Imagem: s2-g1.glbimg.com


Fonte: g1.globo.com

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