O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott

O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, afirmou nesta terça-feira (16) que o presidente Donald Trump deve anunciar o nome do próximo presidente do Federal Reserve (Fed) no início de janeiro, em meio às discussões sobre a sucessão de Jerome Powell, cujo mandato termina em maio.

Em entrevista à Fox Business Network, Bessent apontou Kevin Warsh, ex-diretor do Fed, e Kevin Hassett, diretor do Conselho Econômico Nacional da Casa Branca, como candidatos “muito qualificados” para o cargo. O secretário acrescentou que qualquer indicado precisará ter “mente aberta” para rever a visão tradicional do Fed de que crescimento econômico gera inflação.

Na semana passada, Trump declarou ao Wall Street Journal sua preferência por Warsh ou Hassett para a presidência do Fed. Scott Bessent, embora cotado para o posto, recusou a indicação. O presidente também afirmou que deseja ser consultado sobre decisões de política monetária, como a definição das taxas de juros, posição que contraria o princípio da independência do banco central.

O atual presidente do Fed, Jerome Powell, tem enfrentado críticas públicas de Trump, que o acusa de não reduzir os juros com a rapidez desejada. No dia 10 de dezembro, o Fed cortou as taxas em 0,25 ponto percentual, colocando-as na faixa de 3,50% a 3,75% ao ano, o menor nível desde setembro de 2022. Esse foi o terceiro corte consecutivo em 2023.

Em junho, Trump qualificou Powell como “burro” e “teimoso”, pouco antes do banqueiro central participar de uma audiência na Câmara dos EUA. O presidente tem pressionado por uma política monetária mais agressiva, envolvendo-se em polêmicas recentes, inclusive com a diretora Lisa Cook do Fed.

Sobre as críticas que dizem que Kevin Hassett seria próximo demais de Trump para garantir a independência do Fed, Bessent declarou que a ideia de que relações pessoais possam influenciar decisões é equivocada. Hassett, por sua vez, reforçou a importância da autonomia do banco central em declarações recentes e indicou que há espaço para novos cortes nas taxas de juros, alinhado à visão do governo por uma política mais estimulativa.

Além de Warsh e Hassett, outros três nomes disputam a presidência do Fed. Christopher Waller, atual governador, economista que defende os cortes de juros quando necessários e prioriza a reputação do Fed; Michelle Bowman, vice-presidente para Supervisão, com experiência bancária e governo, apoia a desregulamentação para grandes bancos e cortes de juros; e Rick Rieder, executivo da BlackRock, especialista em investimentos, que defende uma postura mais inovadora e cortes maiores nos juros para estimular a economia.

O mandato de Jerome Powell termina em maio, e a decisão sobre a sucessão ocorre em um momento de debate sobre a direção da política monetária nos Estados Unidos, diante do cenário econômico e das pressões do governo por medidas que possam acelerar o crescimento.

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Fonte: g1.globo.com