O movimento conhecido como rock doido ganhou destaque

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O movimento conhecido como rock doido ganhou destaque nacional em 2025 após o lançamento do álbum homônimo da cantora paraense Gaby Amarantos, que levou o estilo das festas de tecnobrega do Pará para o restante do Brasil. O termo diz respeito a um tipo de festa e música que surgiu nas celebrações com aparelhagens de som no Pará, marcado por uma combinação de batidas eletrônicas aceleradas, danças intensas e apresentações visuais impactantes.

O rock doido não é rock n’ roll, mas compartilha sua energia com o tecnobrega, gênero que mistura carimbó, lambada, calypso e influências do pop internacional. Em sua entrevista ao podcast “g1 Ouviu”, Gaby Amarantos descreve o momento do rock doido como o ápice da festa, quando a música, a pirotecnia e a interação do público alcançam intensidade máxima. Ela compara esse instante a uma evolução dentro da dinâmica das festas, com elementos visuais e sonoros que surpreendem quem participa.

Segundo o DJ e pesquisador Amazonense Zek Picoteiro, o uso da expressão “rock doido” já é comum no Pará há pelo menos uma década para designar festas animadas e envolventes. Esse termo conjuga do momento da festa até o estilo musical em si. O álbum “Rock Doido”, lançado no final de agosto de 2025, traz faixas que exploram essa atmosfera, além de um curta-metragem que simula um típico evento desse gênero, mostrando a produção visual e sonora das festas de aparelhagem.

As festas de aparelhagem são conhecidas por seus equipamentos de som potentes e elaborados, chamados “paredões”, que influenciam a experiência musical. Atualmente, o foco dessas festas mudou do som para o visual, com DJs direcionados ao público e estruturas que lembram grandes criaturas, como a aparelhagem Crocodilo Tudão, que imita um réptil, ou a Fênix do Marajó, com uma ave gigante iluminada.

O tecnobrega, movido inicialmente por produções caseiras e adaptações de sucessos internacionais, vem se diversificando ao longo dos anos. O rock doido incorpora estilos mais frenéticos, como o tecnofunk e tecnorave, além de elementos do rap e reggaeton. Essas misturas testemunham a liberdade criativa do gênero, apontada pela DJ Méury, uma das precursoras do movimento, que também destaca o papel das festas do Pará, como as realizadas durante a COP30 em Belém, para popularizar o estilo.

A circulação da música do rock doido não segue o modelo tradicional da indústria musical, pois muitos hits ficam fora das plataformas convencionais. Para acompanhar essa demanda, foi criado o aplicativo RockDoido, que reúne playlists e músicas do estilo, refletindo a cultura própria do tecnobrega, que desde os anos 2000 conta com “pirateiros” atuando na divulgação e produção.

Zek observa que, na cultura das festas de aparelhagem, a noção de direitos autorais é pouco relevante, prevalecendo uma lógica de cópia e reinterpretação constante entre artistas. Ele destaca que o rock doido representa uma absorção e reinvenção das influências estrangeiras feitas a partir da perspectiva regional, em sua língua, ritmo e modo de dançar.

O movimento do rock doido mostra a força da cultura paraense no cenário musical nacional, destacando uma tradição local que se adapta e se reinventa com as novas tecnologias e tendências, enquanto mantém sua identidade própria nas festas e nas batidas que animam o público.

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Fonte: g1.globo.com

Imagem: s2-g1.glbimg.com


Fonte: g1.globo.com

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