Chuvas intensas e períodos de seca prolongada prejudicaram

Chuvas intensas e períodos de seca prolongada prejudicaram a agricultura brasileira em 2025, atrasando o plantio de grãos em várias regiões do país. O impacto climático deve reduzir a produção agrícola e adiar colheitas importantes, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Na fazenda de Paulo Roberto Schwengber, em Leopoldo de Bulhões (GO), o plantio de soja sofreu com um temporal de granizo que destruiu 230 hectares e obrigou o replantio da área. A colheita está prevista para abril de 2026, dois meses mais tarde do que o esperado.

O atraso no plantio aconteceu também devido à falta de chuva no município de Iporá, Goiás, que chegou a decretar situação de calamidade pública. Em regiões importantes para a produção de soja, como Goiás, Rio Grande do Sul e Maranhão, a semeadura enfrentou dificuldades e atrasos.

Segundo a Conab, 92% das áreas foram plantadas em Goiás, 69% no Rio Grande do Sul e 38% no Maranhão, com o plantio ainda em andamento em alguns estados. O produtor rural Anderson Sandri destacou que as chuvas foram irregulares e localizadas, causando desorganização no calendário agrícola.

O sócio-diretor da Pátria Agronegócios, Cristiano Palavro, informou que há expectativa de redução na produção de milho em 2026, após o recorde alcançado em 2025. Ele ressaltou que a demanda pelo grão continua crescendo, o que pode causar tensão nos mercados.

Mesmo com as adversidades, o Brasil deve produzir cerca de 354 milhões de toneladas de grãos nesta safra, uma queda de 400 mil toneladas em relação à estimativa de novembro. Para o presidente da Conab, Edegar Pretto, a safra 2024/25 foi recorde em soja, milho e algodão, e a de 2025/26 também deve ser considerada boa, apesar dos desafios climáticos.

Pretto acrescentou que o aumento da área plantada contribui para mitigar os efeitos das condições climáticas adversas. No entanto, ele reconheceu variações regionalizadas na produção, com algumas regiões enfrentando maiores dificuldades.

A combinação de eventos extremos, como chuvas intensas e longos períodos de seca, alterou o ritmo do plantio e da colheita, impactando estratégias e custos dos produtores rurais. Agricultores foram obrigados a optar pelo replantio para tentar reduzir prejuízos, conforme experiências relatadas no interior de Goiás.

O cenário torna-se um indicativo da vulnerabilidade do setor agrícola brasileiro às mudanças climáticas, evidenciando a importância de medidas de adaptação e monitoramento. O acompanhamento das condições meteorológicas e o planejamento antecipado aparecem como fatores essenciais para a sustentabilidade da produção agrícola.

Em resumo, o ano de 2025 apresentou desafios climáticos que comprometeram o calendário agrícola e devem resultar em uma produção menor de milho, com impactos variáveis para a soja. Ainda assim, o Brasil mantém a expectativa de uma safra considerada positiva para 2025/26, apesar dos obstáculos enfrentados.

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Fonte: g1.globo.com