O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil se reúne nesta quarta-feira (10) para decidir a taxa básica de juros, a Selic, e deve mantê-la estável em 15% ao ano, patamar vigente nos últimos meses. A manutenção visa controlar as pressões inflacionárias, com anúncio previsto para após as 18h.
Se confirmada, será a quarta vez consecutiva que o Copom mantém a Selic nesse nível, considerado o mais alto em quase duas décadas. O instrumento é usado pelo Banco Central para tentar conter a inflação, que afeta principalmente a população de menor renda.
Economistas do mercado financeiro apontam que o início de um ciclo de redução dos juros não deve ocorrer antes de março, contrário às expectativas anteriores de cortes já em janeiro. A maioria das instituições financeiras consultadas projeta uma redução da taxa para 14,5% ao ano a partir desse mês.
O Banco Central define a taxa de juros com base no sistema de metas para a inflação. Caso as projeções para o índice estejam alinhadas às metas, é possível reduzir os juros; se estiverem acima, o Copom tende a manter ou aumentar a Selic. Para o período iniciado em 2025, o objetivo central é que a inflação se mantenha em 3%, com uma margem entre 1,5% e 4,5%.
Desde junho, a inflação tem ficado acima da meta por seis meses consecutivos, o que levou o Banco Central a publicar uma carta pública explicando os motivos. A instituição considera as projeções futuras de inflação para decidir a taxa, por reconhecer que mudanças na Selic levam de seis a 18 meses para impactar plenamente a economia.
Atualmente, o Banco Central mira a inflação projetada para o segundo trimestre de 2027, que, segundo o mercado, deve ficar acima da meta central em 4,40% para 2025, 4,16% em 2026, 3,8% em 2027 e 3,5% em 2028.
A desaceleração econômica faz parte da estratégia do BC para controlar a inflação no país. Com crescimento mais lento, a pressão sobre os preços, especialmente no setor de serviços, tende a diminuir. Na ata da última reunião do Copom, divulgada em 11 de novembro, o Banco Central indicou que o “hiato do produto” permanece positivo, ou seja, a economia opera acima do seu potencial sem pressionar a inflação.
O Banco Central também apontou que a atividade econômica doméstica segue em moderação, com sinais mistos nos indicadores econômicos, o que é natural em momentos de mudanças no ciclo econômico.
Analistas reforçam que, apesar da melhora qualificada da inflação e da moderação da atividade, o Copom deve manter a taxa estável. O Itaú destaca que o comitê pode indicar que a estratégia atual é adequada, mas recomendar paciência, condicionando futuras decisões à evolução dos dados econômicos.
Para o Itaú, o ciclo de cortes da Selic deve começar em janeiro de 2026, com a primeira redução de 0,25 ponto percentual. José Aureo Viana, economista da Blue3 Investimentos, sustenta que a taxa será mantida devido ao risco fiscal, que mantém pressões sobre as expectativas inflacionárias. Ele destaca que o tom do comunicado do BC será fundamental para indicar se haverá abertura para cortes futuros ou se prevalecerá a cautela diante das incertezas fiscais.
Já o C6 Bank avalia que, apesar do cenário inflacionário ter melhorado, o banco central manterá a Selic estável por causa da inflação projetada acima da meta, a resiliência da atividade econômica e pressões no mercado de trabalho. A instituição prevê o início do ciclo de cortes para março, com a taxa terminando 2026 em 13% ao ano.
Em resumo, o Copom se prepara para manter a Selic em 15% ao ano nesta quarta-feira, avaliando cenário atual de inflação e atividade econômica, enquanto projeta cortes para o início de 2026 ou março de 2026, dependendo da evolução dos dados econômicos e fiscais. O acompanhamento contínuo da inflação e da atividade será decisivo para as próximas decisões do Banco Central.
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Fonte: g1.globo.com
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