Economia

Flávio bolsonaro sinaliza retirada da candidatura e mercado

Flávio bolsonaro sinaliza retirada da candidatura e mercado
  • Publisheddezembro 8, 2025

O dólar abriu em leve queda na manhã desta segunda-feira (8), negociado a R$ 5,4312 por volta das 9h02, após declarações do senador Flávio Bolsonaro sobre a possibilidade de retirar sua candidatura à Presidência da República em 2026. O anúncio provocou instabilidade nos mercados financeiros, com o Ibovespa registrando queda após fortes oscilações na última sexta-feira.

O senador Flávio Bolsonaro admitiu que poderia desistir da corrida presidencial em troca de anistia para seu pai, Jair Bolsonaro, preso e impedido de concorrer nas eleições. Essa possibilidade reacendeu a incerteza política e devolveu o cenário eleitoral ao centro das análises do mercado.

Na última sexta-feira, a pré-candidatura de Flávio surpreendeu investidores, levando a uma forte venda de ativos brasileiros. O Ibovespa caiu mais de 4%, interrompendo uma sequência de altas impulsionadas pelas expectativas de cortes de juros no Brasil e nos Estados Unidos.

Analistas avaliam que a entrada de Flávio na disputa enfraquece a oposição, o que pode favorecer a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Há quem defenda que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), seria um nome mais competitivo para a direita, especialmente na composição com Michelle Bolsonaro, vista como mais unificadora.

No cenário interno, o Boletim Focus trouxe projeções de inflação em queda, com a expectativa para 2025 reduzida de 4,43% para 4,40% e para 2026 de 4,17% para 4,16%, marcando a terceira e quarta revisões consecutivas para baixo, respectivamente.

A semana ficará marcada também pelas decisões de política monetária do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil e do Federal Reserve (Fed) dos Estados Unidos, ambas previstas para quarta-feira (10). No Brasil, o mercado espera que a taxa Selic seja mantida em 15%, enquanto investiga sinais para o início do ciclo de cortes. Nos EUA, cresce a possibilidade de mais um corte de 0,25 ponto percentual, apesar de opiniões divergentes dentro do Fed.

Nos mercados globais, os índices americanos abriram em leve alta, com o Dow Jones subindo 0,06%, o S&P 500 avançando 0,13% e o Nasdaq crescendo 0,27%, enquanto investidores aguardam dados de inflação. Na Europa, as bolsas fecharam mistas, influenciadas pela expectativa de cortes nas taxas de juros nos EUA e pelas negociações para um possível acordo de paz entre Rússia e Ucrânia. As bolsas asiáticas tiveram resultados majoritariamente positivos, com destaque para ganhos em Xangai, Hong Kong e Seul, refletindo otimismo com fabricantes locais de chips.

A repercussão política continua afetando diretamente o mercado brasileiro. A pré-candidatura de Flávio Bolsonaro desloca a chamada chapa Tarcísio–Michelle, considerada mais consolidada pela direita e pelo Centrão, e cria incerteza sobre a unificação desse eleitorado contra Lula.

Marcos Praça, diretor de análise da Zero Markets Brasil, observou que o suporte de Jair Bolsonaro a Tarcísio fortaleceria a oposição, enquanto a participação do filho do ex-presidente pode abrir disputas internas e fragmentar a base bolsonarista. Para ele, isso reduz a previsibilidade do cenário eleitoral.

Apesar da volatilidade recente, alguns analistas mantêm uma visão positiva para o desempenho da bolsa no médio prazo. Felipe Tavares, economista-chefe da BGC Liquidez, destacou que as condições fundamentais para a valorização do Ibovespa permanecem, incluindo preços atrativos e a expectativa de cortes nas taxas de juros, além da possibilidade de mudanças políticas que viabilizem reformas econômicas.

“A última superquarta do ano pode reforçar o movimento de alta, especialmente se a diferença das taxas de juros favorecer o câmbio e impulsionar o mercado acionário”, afirmou Tavares.

Em resumo, a instabilidade provocada pela sinalização de Flávio Bolsonaro sobre a candidatura gerou impacto imediato no câmbio e na bolsa brasileira, reabrindo debates sobre o cenário eleitoral e suas consequências para os mercados. As próximas decisões do Copom e do Fed, assim como o desenrolar das negociações políticas, devem definir novos rumos para a economia nas próximas semanas.

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Fonte: g1.globo.com

Imagem: s2-g1.glbimg.com


Fonte: g1.globo.com

Written By
Caio Marcio

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