A safra de cana-de-açúcar em Piracicaba (SP) pode

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A safra de cana-de-açúcar em Piracicaba (SP) pode ter sua produtividade comprometida em 2025 devido ao estresse hídrico provocada pela falta de chuvas e altas temperaturas nos primeiros meses do ano, aponta o vice-presidente da Coplacana. Dados da Estação Meteorológica da Esalq/USP indicam que os meses de janeiro a março registraram desvio negativo de precipitação e ondas de calor, que prejudicaram a qualidade da cana da safra 2024/25, colhida em abril, e também ameaçam a brotação da próxima safra.

O agrometeorologista Felipe Pilau, do Departamento de Engenharia de Biossistemas da Esalq-USP, explica que o estresse hídrico afeta diretamente a capacidade produtiva das plantas de cana. “Os meses chuvosos tiveram impacto na produtividade da cana colhida nessa safra”, afirma. Além disso, a cultura sofreu com o estresse térmico provocado por baixas temperaturas e geadas, comuns nos meses frios, que atingem principalmente as raízes das plantas.

Pilau ressalta que a formação de geada, que pode acarretar temperaturas até 4°C abaixo da superfície, prejudica a brotação e pode resultar em perdas na safra que será colhida no futuro. “A cana é sensível ao frio e à geada, o que prejudica a rebrota em várias áreas e terá impacto na próxima safra”, diz.

Na reta final de 2024, setembro e outubro registraram volume de chuva abaixo do esperado. Ainda que novembro tenha apresentado chuvas superiores à média, o aumento se concentrou no primeiro dia do mês, impedindo que a água fosse retida no solo de forma eficiente para sustentar o cultivo. Essas condições mantêm o cenário de deficiência hídrica na região.

“O problema hídrico existe, embora não seja muito acentuado. Não há expectativa de chuvas muito acima do normal, e pode haver meses com chuva abaixo da média”, explica o agrometeorologista. Caso a previsão se confirme, a produtividade da próxima safra pode ficar aquém do previsto.

Segundo dados da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica), a moagem na primeira quinzena de novembro na região Centro-Sul alcançou 18,76 milhões de toneladas, superior às 16,41 milhões de toneladas processadas no mesmo período da safra 2024/25. No entanto, o acumulado da safra 2025/26 até 16 de novembro indica uma queda de 1,26% na moagem, comparado com o ciclo anterior, totalizando 576,25 milhões contra 583,59 milhões de toneladas.

A Unica também informa que 42 unidades produtoras encerraram a moagem na primeira quinzena de novembro, totalizando 120 usinas que já concluíram o processamento desde o início da safra, contra 70 no ciclo anterior.

Diante do cenário, o professor da Esalq recomenda que produtores adotem estratégias de manejo ajustadas às condições meteorológicas, investindo em estações e sistemas de monitoramento climático para antecipar decisões e minimizar impactos. “Ter o entendimento das condições meteorológicas e utilizar previsões e tendências climáticas é fundamental para ajustar os manejos”, afirma.

A combinação de estresse hídrico e térmico reforça a preocupação com a sustentabilidade da produção de cana na região, que é uma das principais atividades agrícolas do interior paulista, com potencial impacto econômico e social em 2025.

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Fonte: g1.globo.com

Imagem: s2-g1.glbimg.com


Fonte: g1.globo.com

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