O orelhão, telefone público que marcou as ruas

Imagem: s2-g1.glbimg.com

O orelhão, telefone público que marcou as ruas brasileiras por décadas, foi usado em várias cenas do filme “O Agente Secreto”, indicado pelo Brasil ao Oscar 2026, para recriar o cenário da década de 1970. A presença desse objeto no filme ajudou a reforçar a ambientação e tornou o orelhão um símbolo visual da produção.

Criado em 1971 pela arquiteta Chu Ming Silveira, a icônica cabine telefônica em formato de ovo ganhou destaque nacional e internacional. Chu Ming, nascida em Xangai, na China, viveu a maior parte da vida no Brasil e projetou o orelhão enquanto trabalhava na companhia telefônica brasileira. A ideia era desenvolver um equipamento resistente, econômico e adaptado ao clima do país, superando as tentativas anteriores que enfrentavam problemas com vandalismo e custos elevados.

Antes do lançamento do orelhão, telefones públicos no Brasil eram raros e precários, muitas vezes instalados em farmácias ou postos de gasolina sem proteção adequada. O design inovador do orelhão oferecia abrigo contra o calor e melhor qualidade acústica, graças ao formato em ovo que refletia o ruído para fora da cabine, facilitando as ligações. O protótipo inicial ficava no jardim da casa da família de Chu Ming.

O orelhão chegou a ter mais de 50 mil unidades espalhadas pelo país e inspirou modelos semelhantes em países como Peru, Colômbia, Paraguai, Angola, Moçambique e até na China. O projeto chamou atenção por seu caráter criativo e visualmente distinto, um design concebido especialmente para o Brasil, num período em que era comum importar ideias e produtos do exterior.

Chu Ming Silveira nasceu em uma família rica de Xangai, em 1941. Seu avô foi ministro do imperador Puyi, o último da China. Após a vitória comunista na Guerra Civil Chinesa, sua família foi forçada a deixar o país em 1949. Escolheram o Brasil em parte pelo interesse na Amazônia e pela distância de seu país natal. Estabeleceram-se em São Paulo, onde Chu Ming estudou arquitetura.

Após deixar a companhia telefônica, ela trabalhou no setor imobiliário até sua morte em 1997. O reconhecimento pelo seu trabalho como designer e arquiteta ocorreu tardiamente, em grande parte graças ao marido, Clóvis, que criou um site com material sobre ela e seu legado. Em 2017, o Google homenageou Chu Ming com um doodle na página inicial do buscador.

Hoje, o uso do orelhão foi praticamente eliminado no Brasil devido à popularização dos celulares, mas ele permanece como símbolo da inovação brasileira em design e tecnologia. Para a geração que cresceu utilizando os telefones públicos, o orelhão representa uma memória cultural significativa. Além disso, o fato de uma mulher ter liderado esse projeto inovador em uma época com poucas arquitetas acrescenta importância ao seu papel na história do design no país.

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Fonte: g1.globo.com

Imagem: s2-g1.glbimg.com


Fonte: g1.globo.com

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