Golpe do cartão trocado causa prejuízo de r$ 4 mil a consumi

Lucas Hiroshi, de 25 anos, perdeu R$ 4.000 ao comprar uma água de R$ 3 de um vendedor ambulante em São Paulo, vítima do golpe do cartão trocado. O crime ocorreu no mês passado, no bairro de Pinheiros, e implica na troca do cartão original por outro idêntico, permitindo transações não autorizadas.
O golpe acontece quando o criminoso distrai a vítima durante a compra, retira o cartão e devolve um falso, geralmente igual ao original e da mesma bandeira. A vítima só percebe a fraude ao notar cobranças indevidas na fatura ou no extrato.
Lucas explicou que o problema ocorreu na noite do feriado de 15 de novembro. O vendedor ambulante informou que a função de aproximação do cartão não estava funcionando. Após várias tentativas pela maquininha sem sucesso, Lucas optou pelo PIX, enquanto o criminoso realizava a troca do cartão físico.
Cerca de 30 minutos depois, Lucas recebeu notificações de compras não reconhecidas e cancelou o cartão. Mesmo assim, foram registradas transações que totalizaram prejuízo de R$ 4.000. Ele afirmou que o cartão trocado não possuía o nome do titular impresso, dificultando a identificação imediata da fraude.
Outro caso semelhante foi relatado por Pedro Henrique Barboza Alves, que teve prejuízo de R$ 16 mil após comprar três águas de um ambulante na saída de um show em São Paulo. Ele não entregou o cartão ao vendedor, o que levanta dúvidas sobre a técnica usada para a fraude, que pode incluir máquinas infectadas ou clonar dados remotamente.
Ambas as vítimas entraram com ações judiciais contra o Mercado Pago, responsável pelos cartões utilizados. A empresa informou que oferece diversas funcionalidades de proteção no aplicativo e reforça a atenção durante as transações presenciais, especialmente na conferência dos dados exibidos na maquininha.
O Mercado Pago afirmou ainda que está em contato com os clientes para reabrir os casos, mas não divulgou uma solução definitiva. A ausência do nome impresso no cartão não foi comentada pela empresa, e a Visa não se manifestou até o momento.
Segundo a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), o sistema de cartões brasileiro é um dos mais evoluídos no combate a fraudes, com redução de quase 40% nas ocorrências nos últimos três anos. Ainda assim, golpes como o da troca de cartão continuam a ocorrer em locais com grande concentração de pessoas.
Outros tipos comuns de golpes envolvem maquininhas com visor quebrado, digitais infectadas por vírus que bloqueiam o pagamento por aproximação e cobranças indevidas feitas por máquinas escondidas próximas à vítima.
Especialistas alertam para fraudes envolvendo maquininhas sem fio equipadas com módulos que capturam dados via Bluetooth. Apesar da dificuldade em clonar cartões com chip, a engenharia social ainda é o principal meio usado por golpistas para obter informações e usar os cartões de forma indevida.
Para evitar esse tipo de golpe, recomenda-se não entregar o cartão físico nas mãos de vendedores, desconfiar de erros repetidos no pagamento por aproximação, preferir formas alternativas de pagamento como PIX ou dinheiro se houver problemas, e verificar sempre o valor exibido na maquininha antes de confirmar a transação.
Além disso, é importante acompanhar regularmente a fatura do cartão e ativar alertas no celular para notificações de compras. Desativar o pagamento por aproximação pode ser uma medida adicional para quem não usa esse recurso frequentemente.
O golpe do cartão trocado reforça a necessidade de atenção especial durante compras em locais públicos e com grande movimentação, onde criminosos aproveitam distrações para aplicar fraudes.
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Fonte: g1.globo.com
Imagem: s2-g1.glbimg.com
Fonte: g1.globo.com