Economia

O empresário brasileiro Joesley Batista, sócio da JBS

O empresário brasileiro Joesley Batista, sócio da JBS
  • Publisheddezembro 5, 2025

O empresário brasileiro Joesley Batista, sócio da JBS, visitou a Venezuela em 23 de novembro para pedir a renúncia do presidente Nicolás Maduro, segundo reportagem da agência Bloomberg. A viagem ocorreu em meio ao aumento das tensões entre Caracas e Washington e teve o objetivo de apoiar uma transição pacífica no governo venezuelano.

Batista se encontrou com Maduro poucos dias após o contato telefônico do presidente venezuelano com Donald Trump, então presidente dos Estados Unidos. Embora autoridades americanas estivessem cientes da visita, a agência afirma que ele foi por iniciativa própria e não representou oficialmente os EUA. O governo brasileiro e a JBS não comentaram publicamente a viagem.

Os Estados Unidos intensificam a pressão contra o governo Maduro, acusando-o de liderar uma organização ligada ao narcotráfico, o “Cartel de los Soles”. Washington classificou esse grupo como terrorista e adotou medidas como o aumento do contingente militar no Mar do Caribe e o envio do USS Gerald Ford, o maior porta-aviões do mundo, para a região. O objetivo declarado pelos EUA é combater o tráfico de drogas. Em contrapartida, Maduro nega as acusações e acusa os EUA de tentarem controlar as reservas de petróleo da Venezuela.

A presença de Joesley Batista na Venezuela expõe seu papel nos bastidores da política internacional, apesar de não ocupar cargo público. O empresário tem mantido diálogo com autoridades americanas para defender os interesses da JBS e do Brasil, incluindo negociações para reverter tarifas impostas pelos EUA à carne brasileira. Em setembro, por exemplo, ele esteve na Casa Branca para discutir as taxas sobre exportações brasileiras.

Além disso, Batista integrou, em outubro, a delegação que acompanhou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em viagem ao Sudeste Asiático. O objetivo da missão foi buscar alternativas para a deterioração das relações com Washington, representadas, entre outros fatores, pela imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros.

A JBS, controlada pela holding J&F, ampliou sua atuação na Venezuela especialmente no setor energético. Empresas do grupo, como a Âmbar Energia e a Fluxus, receberam autorizações para importar eletricidade e prospectar petróleo no país vizinho, embora a J&F negue que haja negócios em curso atualmente. Em 2015, a JBS havia firmado acordo de US$ 2,1 bilhões com o governo venezuelano para fornecer carne bovina e frango, num momento de escassez de alimentos no país.

No Brasil, Joesley e seu irmão Wesley Batista tiveram papel central na transformação da JBS no maior produtor mundial de proteína animal. A empresa contou com apoio do BNDES e influenciou o cenário político nacional por meio de doações ao Partido dos Trabalhadores e outras siglas durante as eleições de 2014.

Em 2017, Joesley gravou o então presidente Michel Temer em reunião não oficial, o que desencadeou uma crise política conhecida no mercado financeiro como “Joesley Day”, marcada por forte queda da bolsa brasileira. Na ocasião, ele admitiu ter pago propinas a centenas de políticos em troca de financiamento público, como revelado em delação premiada.

Apesar das investigações, Temer nunca foi condenado criminalmente e muitos processos envolvendo o ex-presidente foram arquivados. Joesley manteve uma relação tensa com a política, mas retomou o comando da JBS em 2024 após cinco anos afastado devido ao acordo de leniência firmado com o Ministério Público Federal.

A visita do empresário à Venezuela reflete a complexidade das relações entre empresas brasileiras, governos e a política internacional. Ela ocorre em meio à escalada de confrontos diplomáticos e militares entre os EUA e a Venezuela e revela o papel que atores do setor privado podem exercer em negociações políticas e econômicas no cenário global.

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Fonte: g1.globo.com

Imagem: s2-g1.glbimg.com


Fonte: g1.globo.com

Written By
Caio Marcio

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