A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério

A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda afirmou nesta quinta-feira (4) que a alta dos juros desacelerou o consumo das famílias no terceiro trimestre de 2025, impactando o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do país. O resultado do PIB no período teve expansão de 0,1%, influenciado pela queda no ritmo de consumo, que passou de 1,8% para 0,4%.

De acordo com dados do Instituto Nacional de Geografia e Estatística (IBGE), o PIB cresceu 0,1% entre julho e setembro, abaixo dos 0,3% registrados no trimestre anterior. A SPE atribui essa desaceleração ao desaquecimento dos mercados de trabalho e crédito, provocado pela política monetária restritiva adotada pelo Banco Central, que manteve os juros em níveis elevados para conter a inflação.

A política de juros altos, segundo a Secretaria, tem efeitos defasados que se refletem na redução do consumo das famílias, um dos principais componentes da atividade econômica. Apesar da desaceleração, a estimativa oficial para o crescimento do PIB em 2025 permanece em 2,2%, com um viés de alta nas revisões futuras.

“O carregamento estatístico até o terceiro trimestre já é de 2,2%, similar ao crescimento que a SPE projetava antes para o ano. No entanto, a expectativa continua sendo de crescimento positivo na margem ainda no quarto trimestre, repercutindo, principalmente, uma leve melhora no desempenho dos serviços”, explicou a Secretaria de Política Econômica.

Apesar desse cenário, a SPE observou que a tendência de desaceleração da economia tornou-se mais acentuada nos últimos meses, reduzindo o chamado “carry-over”, que é o efeito estatístico que leva o crescimento de um trimestre para o seguinte. Essa redução indica que a trajetória de crescimento para 2026 será mais moderada.

A Secretaria reforçou que não houve alteração na perspectiva de desaquecimento econômico prevista para o segundo semestre de 2025 em diante. Esse desaquecimento está relacionado ao fechamento do hiato do produto, indicador que mostra quanto a economia pode crescer sem gerar pressões inflacionárias.

No mercado financeiro, a expectativa para o crescimento do PIB em 2025 é de 2,16%, abaixo do avanço de 3,4% previsto para 2024. Os economistas destacam que a combinação entre juros altos e ambiente de crédito mais restrito continuará influenciando o consumo e o ritmo de expansão da economia no curto prazo.

Em resumo, o Ministério da Fazenda aponta que os juros elevados têm reduzido o consumo das famílias, refletindo-se em uma desaceleração do crescimento econômico no terceiro trimestre, o que deve seguir afetando o desempenho do PIB nos próximos meses.

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Fonte: g1.globo.com