A Rússia bloqueou o acesso ao FaceTime, aplicativo

A Rússia bloqueou o acesso ao FaceTime, aplicativo de videochamadas da Apple, nesta quinta-feira (3), como parte de uma ofensiva contra plataformas estrangeiras supostamente usadas para atividades criminosas no país. A medida foi determinada pela Roskomnadzor, agência reguladora de comunicações russa, um dia após o bloqueio do jogo Roblox, sob alegações de divulgação de material extremista e “propaganda LGBT”.

A Roskomnadzor afirmou que o FaceTime estaria sendo utilizado para organizar ataques terroristas, recrutar agentes e cometer fraudes, sem apresentar evidências públicas para sustentar as acusações. “De acordo com as autoridades policiais, o FaceTime está sendo usado para organizar e realizar ataques terroristas no país, recrutar perpetradores e cometer fraudes e outros crimes contra cidadãos russos”, declarou a agência.

Usuários em Moscou relataram dificuldades para acessar o FaceTime, recebendo mensagens de erro que indicam indisponibilidade do serviço. Algumas tentativas de chamadas foram visualizadas pelos destinatários, mas não concluídas. A Apple não respondeu aos pedidos de comentário sobre o bloqueio do aplicativo.

Críticos consideram que as restrições configuram censura e representam um aumento do controle estatal sobre as comunicações privadas. O governo russo, por sua vez, argumenta que as ações são medidas legítimas de aplicação da lei. Em paralelo, o país lançou um aplicativo estatal chamado MAX, que, segundo críticos, pode ser usado para vigilância, alegações rejeitadas pela mídia oficial.

Desde o início do ano, a Roskomnadzor tem endurecido o controle sobre plataformas internacionais, bloqueando ou limitando serviços que, segundo o órgão, violam legislações locais. Em agosto, a Rússia restringiu as chamadas em WhatsApp e Telegram, acusando as empresas de se recusarem a cooperar com investigações policiais relacionadas a fraudes e terrorismo. Recentemente, o órgão ameaçou bloquear completamente o WhatsApp.

Essa ação faz parte de um movimento mais amplo do governo russo para limitar o acesso a plataformas tecnológicas e de mídia estrangeiras, reforçando o controle estatal sobre a internet e as comunicações dentro do país.

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Fonte: g1.globo.com