Marco Nanini apresentou o recital musical “Alma brasileira –

Marco Nanini apresentou o recital musical “Alma brasileira – Ensaio nº 2” no Teatro Glaucio Gill, em Copacabana, na noite de 2 de dezembro, encerrando o festival que comemorou os 60 anos do espaço teatral. O espetáculo transitou por um repertório de músicas brasileiras da era pré-Bossa Nova, com direção musical de Felipe Abreu e acompanhamento do pianista Gabriel Gravina.
O recital seguiu um roteiro criado pela atriz Camilla Amado, falecida em 2021, que também aparece em vídeo interpretando “Non, je ne regrette rien”, sucesso de Édith Piaf. Sob direção de Cesar Augusto, Nanini apresentou canções consagradas como “Chão de estrelas” e “Carinhoso”, além de composições pouco conhecidas, integrando trechos de crônicas literárias de autores como Antônio Maria, Luís Fernando Veríssimo e Rubem Braga.
Marco Nanini, ator conhecido por trabalhos no teatro e no cinema, mostrou preparo vocal e sensibilidade para interpretar as músicas, que ganharam releitura com arranjos para voz e teclados. A atuação destacou especialmente a interpretação de “Chão de estrelas”, música de 1937 que expressa o lirismo da canção brasileira em versos decassílabos.
O roteiro abordou, por meio das crônicas, elementos culturais e regionais do Brasil. Nanini fez referência à sua origem pernambucana com o número “Frevo nº 3 do Recife”, e reviveu o samba “Valsa de uma cidade”, composição de Antônio Maria e Ismael Silva, trazendo à tona a atmosfera do Recife.
Luís Fernando Veríssimo, falecido em agosto de 2025, também foi destaque a partir da crônica “O homem trocado”, seguida pela interpretação de “Decididamente”, parceria inédita de Edu Lobo e Vinicius de Moraes. A música, lançada originalmente na trilha do espetáculo “Deus lhe pague” (1976), foi regravada por Nanini especialmente para o recital.
Sandra Pêra, atriz e cantora, participou do espetáculo interpretando a rumba “Escandalosa” e dividindo com Nanini o dueto no samba “Diz que tem”. Ambas as canções estão associadas à era do rádio, com repertório que remete a nomes como Emilinha Borba e Carmen Miranda.
O espetáculo integrou diversos gêneros musicais, do samba ao tango, ressaltando composições de Monsueto Menezes, Arnaldo Passos, Edgar Nonato e Carlos Lenzi. Destacou-se também a interpretação do tango “A média luz”, que acompanhou a crônica “Uma tarde em Buenos Aires”, de Rubem Braga.
A apresentação ocorreu diante de uma plateia lotada, com público excedendo a capacidade do Teatro Glaucio Gill. No encerramento, Marco Nanini conduzido o público no canto coletivo da música “Carinhoso”, emblemática obra de Pixinguinha com letra de Braguinha, que sintetiza a essência lírica da canção brasileira.
O recital mostrou a habilidade de Nanini em integrar atuação e canto, consolidando sua experiência em musicais desde as décadas de 1970 e 1980, com trabalhos como “Pippin” e “O corsário do rei”. A iniciativa encerrou as comemorações dos 60 anos do Teatro Glaucio Gill, reforçando a importância do espaço para a cultura carioca.
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Fonte: g1.globo.com
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Fonte: g1.globo.com