A brasileira Luana Lara, de 29 anos, cofundadora

A brasileira Luana Lara, de 29 anos, cofundadora da startup Kalshi, tornou-se a mulher bilionária mais jovem do mundo a construir sua própria fortuna, após a empresa captar US$ 1 bilhão em rodada de investimentos na última terça-feira (2). O aporte elevou o valor de mercado da Kalshi a US$ 11 bilhões, segundo a revista Forbes.

A Kalshi atua como uma bolsa de contratos que permite a negociação baseada na probabilidade de eventos futuros, como variações na inflação ou paralisações do governo dos Estados Unidos. A aprovação regulatória como Mercado de Contratos Designado (DCM) pela Comissão de Negociação de Futuros de Commodities (CFTC) garantiu o funcionamento legal da empresa nos EUA desde 2020.

A rodada de investimentos foi liderada pela Paradigm, especializada em criptomoedas, e contou com a participação de outras empresas de capital de risco como Sequoia Capital, Andreessen Horowitz e Y Combinator. O desempenho da Kalshi resultou em crescimento de mais de cinco vezes no valor de mercado em menos de seis meses, impulsionando o patrimônio dos cofundadores Luana Lara e Tarek Mansour.

Luana Lara nasceu no Brasil na segunda metade da década de 1990 e é formada em Ciência da Computação pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). Durante a infância e adolescência, recebeu medalhas em competições de astronomia e matemática, e estudou ballet na Escola de Teatro Bolshoi do Brasil. Trabalhou como bailarina profissional na Áustria antes de seguir para os Estados Unidos para a graduação.

No MIT, Lara conheceu Tarek Mansour, com quem iniciou a carreira no mercado financeiro. Lara atuou na gestora de fundos Bridgewater, enquanto Mansour trabalhou no banco Goldman Sachs. Juntos, identificaram a demanda por uma plataforma que facilitasse negociações baseadas em previsões sobre eventos futuros, dando origem à Kalshi em 2018.

Em 2024, a Kalshi buscou autorização da CFTC para oferecer contratos de eventos eleitorais, mas teve o pedido negado devido a preocupações sobre manipulação e integridade eleitoral. A empresa recorreu judicialmente e obteve decisão favorável, tornando-se a primeira plataforma regulamentada a negociar resultados eleitorais legalmente nos Estados Unidos.

Além de garantir a posição de Luana Lara entre os bilionários construídos por seus próprios méritos, o sucesso da Kalshi sinaliza a expansão e consolidação de mercados alternativos de negociação baseados em eventos futuros. A empresa continua a ampliar seu portfólio de contratos, com foco em inovação financeira e regulamentação.

Fonte: g1.globo.com