Circula nas redes sociais um áudio falso atribuído ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no qual ele parabenizaria um ministro pela prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O conteúdo, publicado em 26 de abril, foi produzido com uso de inteligência artificial para criar uma gravação manipulada.
O vídeo, compartilhado no Instagram, aparece com uma legenda que afirma: “Bomba! Loola liga para Ministro para parabenizar sobre a prisão de Bolsonaro”. A postagem foi publicada quatro dias após Bolsonaro ser detido pela Polícia Federal em Brasília, decisão tomada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), devido à violação da tornozeleira eletrônica.
No vídeo, um homem dentro de um carro anuncia a divulgação do áudio e em seguida toca a gravação manipulada, que reproduz uma suposta fala de Lula elogiando o trabalho do ministro e afirmando que a prisão representaria uma vitória do PT sobre a direita. A fala inclui ainda a expressão “a soberania não é do Brasil, é nossa soberania, é a soberania do PT”.
A checagem feita pela plataforma Fato ou Fake utilizou o sistema Hiya, que avalia a autenticidade de áudios gerados por inteligência artificial. O resultado indicou baixa autenticidade, com 26 pontos numa escala de 100, confirmando que se trata de um deepfake.
A assessoria de imprensa da Presidência da República respondeu por e-mail que o conteúdo é falso e que o presidente Lula não comenta sobre processos judiciais. A secretaria repudiou a divulgação do material, ressaltando que os boatos têm objetivos políticos de desinformar a população e manipular a opinião pública.
Na declaração oficial dada um dia após a prisão de Bolsonaro, Lula afirmou que não faria comentários sobre a decisão do STF e destacou que a Justiça determinou a pena que será cumprida pelo ex-presidente.
O caso reforça a circulação de informações fabricadas com tecnologias de inteligência artificial para influenciar debates políticos e enganar o público. Autoridades e plataformas de checagem alertam para a necessidade de verificar a veracidade de áudios e vídeos antes de compartilhá-los.
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Fonte: g1.globo.com
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