Catharina doria viraliza explicando riscos da inteligência a

A brasileira Catharina Doria viralizou nas redes sociais com vídeos que explicam os riscos e cuidados necessários ao lidar com a inteligência artificial (IA). Desde o início de 2023, ela tem abordado temas como a identificação de imagens geradas por IA, golpes digitais e o impacto das “trends” envolvendo essa tecnologia, buscando ampliar o letramento digital do público.
Com mais de 200 mil seguidores no Instagram e vídeos que ultrapassam um milhão de visualizações, Catharina ganhou destaque ao desafiar espectadores a distinguir vídeos reais dos criados por IA, alertando para a dificuldade e a necessidade de desenvolver senso crítico. Ela também aponta riscos à privacidade, como no caso de robôs aspiradores que podem coletar dados pessoais e imagens sem o conhecimento dos usuários.
Antes desse trabalho, Catharina já havia chamado atenção por desenvolver, aos 16 anos, um aplicativo para denunciar assédio sexual. Formada em comunicação, ela mudou o rumo profissional após ler o livro “Algorithms of Oppression”, que aborda vieses raciais em algoritmos. Realizou mestrado em ciência de dados e trabalhou para uma empresa americana especializada em governança de IA, até decidir dedicar-se à criação de conteúdo voltado ao entendimento popular dessa tecnologia.
Em entrevistas, a especialista destaca que as conversas técnicas sobre IA em ambientes acadêmicos e corporativos não alcançam a maior parte da população. Por isso, atua como mediadora, traduzindo conceitos complexos para o público geral. Ela destaca que não existe um grupo específico mais vulnerável: “está todo mundo perdido”, afirmou, apontando que o desconhecimento abrange diferentes idades e nacionalidades.
Segundo Catharina, a rapidez na adoção da IA e a falta de explicações claras sobre seu funcionamento contribuem para a confusão. Ela critica a ausência de transparência das empresas em relação ao uso dos dados coletados para treinar sistemas de IA, o que provoca uma relação de desconfiança e pode expor os usuários a riscos. Para ela, uma comunicação clara, acompanhada por legislação adequada, é fundamental para proteger a população.
Ainda que empresas tenham um papel importante, Catharina ressalta que o letramento em IA depende da iniciativa conjunta de Estados, reguladores, pesquisadores e comunicadores. Ela cita o exemplo da União Europeia, que aprovou regulamentações com exigência de transparência, mas reconhece que a implementação é desafiadora. Sem leis que obriguem as corporações, a adoção de práticas responsáveis tende a ser limitada.
A criadora de conteúdo busca evitar alarmismo e prefere transformar o medo em conhecimento prático, finalizando seus vídeos com orientações para que as pessoas se protejam e exerçam controle sobre seus dados e interações com a tecnologia. Ela destaca que o impacto da IA sobre empregos é uma preocupação real, mas ainda não substitui totalmente os trabalhadores.
Com seus vídeos produzidos em português e inglês, Catharina alcança seguidores no Brasil, Estados Unidos, Europa e Ásia. Seu trabalho evidencia a necessidade crescente de debates acessíveis sobre ética, segurança e responsabilidade no uso da inteligência artificial, num momento em que a tecnologia se torna parte do cotidiano global.
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Palavras-chave relacionadas: inteligência artificial, letramento digital, segurança digital, privacidade, ética em IA, algoritmos, transparência tecnológica, governança de IA, riscos da IA, conteúdo educativo, tecnologia no Brasil, regulamentação da IA.
Fonte: g1.globo.com
Imagem: s2-g1.glbimg.com
Fonte: g1.globo.com