A Airbus confirmou nesta segunda-feira (1º) um problema

A Airbus confirmou nesta segunda-feira (1º) um problema industrial em painéis metálicos de alguns aviões do modelo A320, após um recall de software realizado na semana passada. A falha, atribuída a um fornecedor não divulgado pela empresa, afetou um número limitado de aeronaves e motivou ações corretivas.
A fabricante informou que a origem do problema foi identificada e contida, e que todos os novos painéis produzidos estão em conformidade com os requisitos técnicos. A falha metalúrgica é mais um revés para o modelo mais vendido da Airbus, que recentemente enfrentou uma vulnerabilidade de software relacionada à exposição à radiação solar.
O recall de software, emitido na semana passada, afetou mais da metade da frota mundial da família A320, forçando diversas companhias aéreas a paralisarem operações para implementar a correção. Segundo a Airbus, menos de 100 aviões ainda necessitam de reparos mais complexos relacionados a hardware.
Durante o fim de semana, aeroportos em várias partes do mundo registraram cancelamentos e atrasos devido à medida de segurança adotada pelos reguladores do tráfego aéreo. A atualização do software teve início na noite de sexta-feira (28) e o retorno gradual às operações normais começou ainda no sábado.
No Reino Unido, a Autoridade de Aviação Civil relatou que o tráfego aéreo não sofreu impactos significativos, com aeroportos de Londres, Manchester e Luton operando quase normalmente. Na Austrália, a Jetstar cancelou 90 voos, enquanto a Air New Zealand suspendeu temporariamente suas operações de A320 até completar a atualização.
Nos Estados Unidos, a American Airlines, maior operadora do modelo, afirmou que 209 de seus 480 A320 precisavam da correção e que a maioria seria atualizada até esta segunda-feira. Outras companhias como Delta, JetBlue e United também foram afetadas.
Na Europa continental, a Wizz Air aplicou todas as atualizações em sua frota de A320 ainda na madrugada de sábado, sem esperar novas interrupções. A Lufthansa planeja poucos atrasos, enquanto a Air France cancelou 38 voos para realizar o procedimento, atingindo cerca de 5% de sua frota diária.
Reguladores da aviação do Kuwait, Colômbia, Índia, Taiwan e Macau também acompanharam as medidas para a resolução do problema, com impacto direto em voos e vendas de passagens em alguns casos. A Avianca, por exemplo, suspendeu vendas até o dia 8 de dezembro para ajustar a frota.
No Japão, a ANA Holdings cancelou 95 voos devido ao recall, afetando mais de 13 mil passageiros, enquanto sua concorrente Japan Airlines, que opera modelos Boeing, não foi impactada.
No Brasil, as companhias Latam e Azul afirmaram que não foram afetadas pelo recall e mantiveram as operações normais.
O recall de aproximadamente 6 mil aviões A320 representa um dos maiores da história da Airbus, que possui cerca de 11.300 aeronaves em operação no mundo, sendo quase 6.500 do modelo A320. O incidente que desencadeou a ação ocorreu em 30 de outubro, durante um voo da JetBlue entre Cancún e Newark, que fez um pouso de emergência em Tampa devido a uma falha no controle de voo que provocou uma queda brusca de altitude.
A correção inicial foi a reinstalação do software anterior e, conforme apurado pela Reuters, menos aeronaves precisarão de intervenções mais complexas no hardware do que o previsto inicialmente. A Airbus admite que a medida foi abrupta, mas necessária para garantir a segurança diante das falhas detectadas.
As ações da Airbus fecharam em queda de 5,9% nesta segunda-feira, refletindo a preocupação do mercado diante dos problemas apresentados. A empresa informou que as equipes trabalham para normalizar as operações e evitar maiores impactos logísticos.
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Fonte: g1.globo.com
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Fonte: g1.globo.com