Economia

Os Correios registram 13 trimestres consecutivos de prejuízo

Os Correios registram 13 trimestres consecutivos de prejuízo
  • Publishednovembro 29, 2025

Os Correios registram 13 trimestres consecutivos de prejuízo e projetam perdas que podem chegar a R$ 23 bilhões em 2026, segundo dados divulgados em 28 de junho de 2025 no Brasil. A estatal enfrenta uma crise econômica e financeira agravada por fatores estruturais, políticos e tecnológicos, o que gera dúvidas sobre a possibilidade de reversão do quadro.

No terceiro trimestre de 2025, os Correios apresentaram prejuízo acumulado de R$ 6 bilhões, um aumento em relação aos R$ 4,36 bilhões registrados no primeiro semestre do ano. A sequência negativa começou no fim de 2022 e persiste desde então. Auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) revelou que a empresa não contabilizou R$ 1 bilhão em perdas no balanço de 2023, ligadas a decisões judiciais desfavoráveis.

Para o economista Armando Castelar, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o declínio da estatal está relacionado à desatualização tecnológica, especialmente pela redução do serviço tradicional de envio de cartas, que foi substituído por meios digitais. Outro fator importante é a influência política na indicação de cargos estratégicos, o que compromete a gestão e agrava as dificuldades financeiras.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, descartou a possibilidade de privatização dos Correios em entrevista recente. Segundo ele, o serviço postal deve permanecer sob controle estatal para garantir a universalização do atendimento. Contudo, essa posição diverge da de especialistas como Marcus Pestana, ex-membro do Conselho de Administração da empresa, que considera a situação “crônica e sem solução” e alerta para os riscos do endividamento crescente.

O governo solicitou informações detalhadas sobre o plano de recuperação financeira dos Correios para avaliar medidas futuras. Apesar da independência financeira da estatal, o déficit impacta diretamente as metas fiscais do país. O aumento do prejuízo previsto para 2025 levou a cortes de gastos em outros ministérios, numa tentativa de manter o equilíbrio fiscal.

Desde setembro, a nova gestão adotou um plano de reestruturação baseado em três pilares: recuperação financeira, consolidação do modelo de negócios e crescimento estratégico. As medidas incluem programa de demissão voluntária, reestruturação da rede de atendimento e venda de ativos e imóveis. Até o final deste mês, a estatal espera concluir a contratação de um empréstimo para apoiar essas ações.

A Fazenda destacou que a empresa deve apresentar o plano de reestruturação neste ciclo, para que o governo avalie a estratégia e defina eventuais medidas complementares. O acompanhamento periódico das estatais será intensificado para evitar deterioração súbita das contas públicas.

A crise nos Correios evidencia desafios para a gestão de empresas estatais em setores impactados por transformações tecnológicas e pressões políticas, além da necessidade de ajustes financeiros para garantir sustentabilidade no longo prazo.

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Fonte: g1.globo.com

Imagem: s2-g1.glbimg.com


Fonte: g1.globo.com

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Caio Marcio

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