A Petrobras anunciou na última quinta-feira (27), no

A Petrobras anunciou na última quinta-feira (27), no Rio de Janeiro, seu novo plano estratégico para 2025-2030, que prevê redução nos investimentos, aumento da produção e menor distribuição de dividendos para enfrentar a expectativa de queda nos preços internacionais do petróleo Brent.

O documento estabelece investimentos totais de US$ 109 bilhões, valor inferior ao plano anterior, com US$ 91 bilhões destinados a projetos em andamento e US$ 18 bilhões a iniciativas em avaliação. A produção de petróleo está estimada para atingir 2,7 milhões de barris por dia em 2028, mantendo-se nesse patamar até 2034.

De acordo com a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, a companhia adotará medidas para otimizar gastos, simplificar projetos e revisar periodicamente os investimentos para garantir a viabilidade financeira diante das oscilações do mercado. Ela destacou que o preço do barril de petróleo bruto está em torno de 75% do valor do Brent, o que exige maior cautela.

O novo plano também estabelece um mecanismo para separar projetos maduros daqueles que passarão por avaliações adicionais de financiabilidade antes de receber recursos, com revisões a cada três meses para ajustar prioridades conforme a disponibilidade de caixa e retorno esperado.

A Petrobras projeta que o preço do Brent alcance US$ 63 por barril em 2026 e suba para cerca de US$ 70 até 2030. No entanto, o cenário de preços mais baixos influenciou a revisão da política de dividendos. A empresa espera distribuir entre US$ 45 bilhões e US$ 50 bilhões nos próximos anos, valor inferior ao planejado anteriormente, que previa até US$ 55 bilhões.

Além disso, não estão previstos dividendos extraordinários neste ciclo, uma mudança justificada pelo diretor financeiro Fernando Melgarejo como consequência do cenário incerto para os preços do petróleo. Ele reforçou que a companhia prioriza manter a financiabilidade dos projetos e só distribuirá recursos excedentes se não comprometer essa condição.

Em relação à exploração e produção, o plano reserva US$ 69,2 bilhões, com 62% dos recursos voltados para o Pré-sal, 24% para o Pós-sal, 10% para exploração e 4% para atividades em terra, águas rasas, ativos no exterior e projetos de descarbonização. O aumento da produção será obtido pela gestão aprimorada dos reservatórios, perfuração de novos poços e entrada de novos sistemas.

A presidente explicou que a permanência da produção prevista entre 2027 e 2030 será sustentada pela substituição de poços com baixa produtividade por outros mais eficientes nas mesmas plataformas. A diretora-executiva de exploração e produção, Sylvia Maria Couto dos Anjos, destacou os investimentos na Margem Equatorial, onde está sendo perfurado um terceiro poço que pode complementar ou viabilizar a operação da região.

A estratégia da Petrobras busca ajustar investimentos e operações para enfrentar a volatilidade do mercado global do petróleo nos próximos anos, conciliando o aumento da produção com a necessidade de manter a saúde financeira da empresa.

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Fonte: g1.globo.com