A maior parte das empresas não planeja reajustar salários acima da inflação em 2026, e aposta em benefícios para conter a insatisfação dos trabalhadores, segundo o Guia Salarial 2026, da Michael Page. A pesquisa indica que apenas 20% das companhias pretendem conceder aumento real no próximo ano, enquanto 45% manterão os salários apenas com reajustes legais.
A contenção nos salários ocorre em um cenário de incertezas econômicas, que leva as empresas a focarem na preservação da saúde financeira e na eficiência. “A prioridade das empresas é manter a saúde do caixa, com foco total na sustentabilidade imediata”, afirmou Lucas Oggiam, diretor executivo da Michael Page.
Nos últimos 12 meses, 59% dos profissionais não receberam aumento e apenas 5% estão muito satisfeitos com a remuneração atual. A insatisfação salarial reflete no engajamento: só 16% dos trabalhadores dizem estar muito satisfeitos com o trabalho, enquanto 38% estão pouco satisfeitos e 35% apresentam algum grau de descontentamento.
Com dificuldades para oferecer reajustes, as empresas voltam suas atenções para os benefícios. De acordo com a pesquisa, 55% dos entrevistados consideram esses pacotes essenciais para atração e retenção de talentos. Bônus, plano de saúde, alimentação e previdência privada estão entre as prioridades dos trabalhadores, seguidos por programas de capacitação e desenvolvimento.
Ricardo Basaglia, presidente da Michael Page no Brasil, destacou que “o desafio é construir pacotes que realmente façam diferença para os colaboradores, sem comprometer a competitividade”. A maior flexibilidade está entre as demandas, mas 48% das empresas ainda oferecem benefícios padronizados, sem personalização para os funcionários.
Segundo Oggiam, os benefícios não substituem o salário, mas colaboram para a satisfação. “Empresas mais estruturadas buscam entender as reais necessidades das pessoas e aplicam políticas que funcionem para seu pessoal (…) flexibilidade é um exemplo disso”, completou.
O estudo também apontou a escassez de profissionais qualificados como outro desafio relevante. Em 73% das empresas, há dificuldade na contratação, e 88% valorizam habilidades comportamentais, como inteligência emocional, pensamento crítico e adaptabilidade. Apesar de 60% oferecerem programas de capacitação, apenas 28% dos profissionais utilizam esse recurso.
Quanto ao quadro de funcionários, 49% das empresas querem mantê-lo estável, e 44% planejam contratações com crescimento moderado, geralmente até 10%, refletindo um movimento cauteloso para controle de custos e sustentabilidade.
Sobre o modelo de trabalho, o trabalho presencial integral ainda predomina em 42% das empresas. O modelo híbrido é adotado por 44%, evidenciando uma busca por equilíbrio entre produtividade, redução de custos e qualidade de vida, sem perda da cultura organizacional.
A pesquisa destaca que o cenário para 2026 será de estabilidade salarial para a maioria dos trabalhadores, mas com maior foco em benefícios flexíveis e personalização como estratégias para enfrentar a insatisfação e a retenção de talentos.
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Fonte: g1.globo.com
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Fonte: g1.globo.com

