O cantor e compositor Zeca Veloso lançou, em

O cantor e compositor Zeca Veloso lançou, em 26 de novembro de 2023, seu primeiro álbum autoral, intitulado *Boas novas*, com dez canções compostas entre 2018 e 2021. O trabalho reafirma sua ligação com a dinastia musical da família Veloso e expõe seu estilo próprio.
O título do disco faz referência ao samba de roda *Boas vindas*, composição de Caetano Veloso de 1991 que celebrava a chegada de Zeca ao mundo. Essa conexão familiar é reforçada pelos arranjos de cordas orquestrados por Jaques Morelenbaum, parceiro de longa data de Caetano.
O álbum é um desdobramento natural da trajetória de Zeca, que se destacou inicialmente em apresentações ao lado do pai e dos irmãos. Em *Boas novas*, ele se posiciona como cantor e compositor, explorando diferentes sonoridades e mostrando amplitude vocal, principalmente no uso do falsete.
A faixa de abertura, *Salvador*, traz um samba com atmosfera baiana interpretado por Zeca, Caetano, Moreno Veloso e Tom Veloso. A letra aborda a integridade e a vulnerabilidade nas batalhas da vida, tema espiritual presente em outras músicas como *Talvez menor*.
Embora evangélico e leitor da Bíblia, Zeca não adota discurso religioso direto nas letras. O álbum, produzido por Zeca com uma equipe que inclui nomes como Luciano Oliveira, Alexandre Kassin e Pretinho da Serrinha, evita panfletos e mensagens de conversão, privilegiando uma abordagem mais discreta da fé.
*Desenho de animação* é destaque no repertório por sua letra que critica a valorização da cultura estrangeira em detrimento da brasileira. Produzida por Alexandre Kassin e orquestrada por Lucca Noacco, a faixa é uma balada bilíngue que contrasta com a energia de outras músicas do disco.
A sexta faixa, *Máquina do Rio*, apresenta uma sonoridade pop funk com toque de samba, lembrando as produções de Lincoln Olivetti. Embora o arranjo seja bem elaborado, a canção se distancia um pouco do tom predominante do álbum.
*Boas novas* retoma a atmosfera intimista com a valsa *Tua voz*, que traz arranjo orquestrado e o falsete característico da voz de Zeca. Outro exemplo dessa linha é *A carta*, que conta com a participação da cantora Dora Morelenbaum.
O álbum também transita por ritmos mais tradicionais, como o samba carioca em *O sal desse chão*, parceria de Zeca com Xande de Pilares, coproduzida por Pretinho da Serrinha. A presença do samba reforça as raízes culturais de Zeca.
A faixa final, *Sopro do fole*, foi lançada anteriormente por Maria Bethânia em 2021 e chega na versão de Zeca com versos adicionais. A canção une a tradição da moda de viola com elementos modernos, consolidando a identidade artística do cantor.
No primeiro álbum autoral de Zeca Veloso, a influência do pai e da família está presente, mas o artista também se distancia em aspectos criativos. *Boas novas* amplia a herança musical do clã Veloso e apresenta Zeca como um artista com voz própria e diversidade estética.
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Fonte: g1.globo.com
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Fonte: g1.globo.com