A agência de classificação de risco Moody’s manteve

A agência de classificação de risco Moody’s manteve nesta quarta-feira (26) a nota de crédito soberano do Brasil em Ba1, com perspectiva “estável”, após concluir revisão periódica finalizada na última quinta-feira (20). A decisão reflete a avaliação da agência sobre a economia brasileira diante do cenário fiscal e dos desafios externos.
O rating atual mantém o Brasil um nível abaixo do grau de investimento, classificação considerada selo de bom pagador. Em maio, a Moody’s preservou a nota, mas ajustou a perspectiva de “positiva” para “estável”. Em outubro de 2024, a agência havia elevado a nota do país de Ba2 para Ba1, com perspectiva positiva, aproximando o Brasil do grau de investimento.
No relatório divulgado em outubro, a Moody’s destaca resiliência da economia brasileira frente às tensões comerciais, especialmente após o recuo parcial das tarifas impostas pelos Estados Unidos sob o governo de Donald Trump. A agência ressalta, contudo, que a inflação elevada e as altas taxas de juros continuam representando obstáculos. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulou alta de 4,68% em 12 meses até outubro, e a taxa Selic está em 15%, seu maior nível em quase 20 anos.
A Moody’s reafirma que os efeitos das tarifas americanas tiveram impacto limitado na economia brasileira. O perfil de crédito do país se apoia em uma economia ampla, diversificada e com exposição controlada a choques externos. Ainda assim, o documento aponta restrições relacionadas a altos pagamentos de juros, rigidez nos gastos públicos e crescimento da dívida pública.
A agência também observa que as reformas estruturais implementadas nos últimos anos fortaleceram investimentos e melhoraram as perspectivas de crescimento econômico. Porém, a polarização política dificulta o avanço nas reformas fiscais e na consolidação das contas públicas.
Moody’s aponta que a classificação do Brasil poderia ser elevada se houvesse consenso entre formuladores de políticas e o Congresso para avançar em reformas que controlassem os gastos públicos. Entre as medidas recomendadas estão a redução da vinculação de receitas no orçamento, a diminuição da indexação de benefícios sociais ao salário mínimo e a reforma dos benefícios da Previdência Social para criar espaço fiscal.
Além disso, o relatório destaca a importância de reformas macroeconômicas que promovam uma política monetária mais eficaz, contribuindo para reduzir a vulnerabilidade da posição fiscal frente a ciclos de aperto monetário.
O Brasil permanece com classificação considerada grau especulativo, indicando menor risco imediato de calote, mas evidenciando incertezas na economia e nas condições financeiras. O país não possui o selo de bom pagador, que indica menor risco para investidores em títulos públicos.
Historicamente, o Brasil obteve grau de investimento entre 2008 e 2015. A perda desse selo coincidiu com o agravamento da crise econômica e fiscal que afetou o país a partir de 2015. As agências sinalizaram deterioração das contas públicas, recessão econômica e desafios políticos, fatores que influenciaram o rebaixamento das notas.
Atualmente, o Brasil cumpre nove anos em grau especulativo, situação que, segundo especialistas, costuma levar entre 5 a 10 anos para ser revertida. Para reconquistar o selo de bom pagador, analistas indicam que o país precisa melhorar sua estabilidade fiscal, política e indicadores macroeconômicos.
A nota de crédito é fundamental para atrair investimentos estrangeiros e ampliar a liquidez do país, ampliando a capacidade de investimento público e privado. O grau de investimento facilita o acesso do Brasil a recursos com custos financeiros menores.
Em resumo, a Moody’s mantém a avaliação do Brasil estável, condicionando avanços na classificação ao progresso em reformas fiscais e controle de gastos, além da superação dos desafios econômicos atuais.
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Fonte: g1.globo.com
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